ECONOMIA NACIONAL

Sem livros de colorir e com crise, venda de livros cai 11% em 2016.

Estudo da Snel e Nielsen mostra que livros ficaram 9% mais caros.

Em 28/12/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Nem a Black Friday conseguiu salvar o mercado editorial brasileiro em 2016. Sem o fenômeno dos livros de colorir e enfrentando a crise econômica, as livrarias amargaram um recuo de 11% na venda de livros neste ano em relação a 2015. Este ano, o consumidor ainda teve de pagar quase 9% mais caro pelas publicações.

No ano, os livros técnicos e especializados, como títulos voltados a concurso público e à medicina, passaram a ser os mais vendidos no Brasil. Desbancaram da primeira posição a categoria de livros de não ficção. As publicações de ficção e as infantojunvenis e educacionais permaneceram em terceiro e quarto lugares, respectivamente.

Isso é o que mostra o Painel das Vendas de Livros no Brasil, divulgado nesta quarta-feira (28) pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e pelo Instituto de Pesquisa Nielsen. O estudo baseia-se no resultado do BookScan Brasil, que verifica as vendas em livrarias e supermercados. Os dados do estudo atual compreendem o período de janeiro a 4 de dezembro, ou seja, não incluem as vendas de Natal.

Em 2016, as livrarias venderam 34,9 milhões de livros, volume 11,08% menor que o registrado no mesmo período em 2015, de 39,3 milhões. A receita ficou em R$ 1,39 bilhão, 3,37% abaixo do R$ 1,44 bilhão faturado no ano passado.

A Snel destaca que o desempenho do ano, além das dificuldades financeiras pelas quais passa o país, não contou com uma onda de publicações com apelo popular como a que teve os livros para colorir. No ano passado, o “Jardim Secreto” (Sextante) liderou as vendas, mas também tiveram destaque outros como “Floresta Encantada” (Sextante) e “Jardim Encantado” (Alaúde).

Os dados do primeiro semestre deste ano indicavam que, sem o impulso dos livros para quem gosta de pintar, o tombo do mercado editorial havia sido de 16,3% no volume de vendas.

O suspiro, segundo o estudo de Snel e Nielsen, foi a Black Friday. Sem ela, apontam os dados, o resultado do ano poderia ser ainda pior. Isso porque o dia de ofertas do varejo foi apenas um dos dois eventos sazonais a fazer as vendas de 2016 superarem as de 2015 – o outro foi a volta às aulas.

Durante a Black Friday deste ano, o volume de vendas das livrarias foi 10% maior que no ano passado. Nessa mesma base de comparação, o faturamento foi 12,54% superior.

O estudo aponta que o preço médio do livro, entre janeiro e o começo de dezembro de 2016, subiu 8,67%, de R$ 36,72 em 2015 para R$ 39,91, neste ano.

Por G1, São Paulo