EDUCAÇÃO
Semana do Surdo: alunos participam de atividades na Escola da Biologia.
Apresentação contou com experimentos científicos encenados por alunos surdos.
Em 23/09/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Cinquenta pessoas na plateia e três "mágicos mirins" no palco fazendo experimentos científicos e explicando cada reação verificada nos tubos de ensaio. Seria uma cena perfeitamente normal numa apresentação escolar se os três pequenos mágicos não fossem surdos.
E que, por sua vez, poderia não dar tão certo assim se não fosse a Política de Educação Bilíngue da Secretaria Municipal de Educação (Seme), que, dentre outras determinações, prevê o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para todos os alunos e profissionais da unidade de ensino em que haja ao menos um surdo matriculado.
O que se viu na manhã desta quarta-feira (23) foi uma contagiante empolgação de alunos surdos e ouvintes, curiosos e ávidos por conhecimento na Escola da Ciência – Biologia e História, durante o terceiro dia de atividades da Semana do Surdo da rede municipal de ensino.
Três alunos surdos se mostraram extremamente surpresos e impressionados ao identificar nos aquários de água marinha o peixe-palhaço e Blue Tang, que até hoje fazem sucesso nas telonas como Nemo e Dory.
A reportagem até tentou estabelecer um diálogo com Helena Vitória Oliveira Costa, Maria Eduarda Sarti Sena e Cayã Lyra Costa, de 7 anos, que também atuaram como “mágicos” na apresentação do projeto “Pequenos Cientistas”, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Suzete Cuendet. Mas a felicidade dos pequenos era tanta que o melhor a fazer era apreciá-los na nova descoberta.
Aprendizado
"Procuro levar meus alunos para lugares fora da escola, para que a aula tenha mais representação visual do que teórica. Fomos, por exemplo, ao supermercado e aprendemos os sinais dos alimentos ao tocar os produtos e embalagens. Esta semana é importante porque é quando podemos unir os nossos alunos surdos com seus pares para que as aulas possam ser realizadas fora da escola", explicou a professora de Libras da Emef Suzete Cuendet, Cristiane Oliveira, que também é surda.
"Vou ao Planetário com frequência e sempre aprendo algo diferente. Gosto muito de observar as estrelas, os astros, a lua, os planetas e tenho estudado muito sobre isso. O atendimento ao surdo no Planetário é muito bom e saio de lá sempre satisfeito e com todas as dúvidas sanadas", disse Davi Schimidt, 13 anos, surdo, aluno da Emef Juscelino Kubitschek.
Programação
Até o momento, os alunos surdos da rede já estiveram no Planetário de Vitória, na Escola da Ciência – Física e Escola da Ciência – Biologia e História. Nesta quinta-feira (24), eles irão à Praça da Ciência, onde vão participar da oficina “Qual é o maior” e da contação de história com o professor de Libras Alberto Leite, que também é surdo.
Já a sexta-feira (25) foi reservada para as apresentações culturais sobre a Semana do Surdo das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) Maria José Costa Moraes, Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo, Suzete Cuendet, Izaura Marques da Silva e Juscelino Kubitschek.
Diretrizes
A Secretaria Municipal de Educação implantou na rede de ensino de Vitória, em 2008, a Política de Educação Bilíngue para os alunos surdos. Atualmente, sete escolas municipais possuem uma equipe de 16 professores bilíngues, 21 tradutores, 12 professores de Libras e cinco instrutores de Libras (esses dois últimos cargos são preenchidos por profissionais surdos) para atender 45 estudantes surdos.
Fonte: SECOM-PMV