POLÍTICA INTERNACIONAL

Separatista Quim Torra é eleito novo presidente da Catalunha

Apoiado por Puigdemont, ele prometeu seguir lutando pela independência da região.

Em 14/05/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Parlamento da Catalunha elegeu nesta segunda-feira (14) como novo presidente regional ao candidato apoiado pelo destituído Carles Puigdemont, o editor Quim Torra, que prometeu seguir lutando pela construção de uma república independente da Espanha.

"Seremos leais ao mandato do referendo de autodeterminação de 1º de outubro: construir um Estado independente em forma de república", afirmou ainda como candidato ao apresentar seu programa de governo na Câmara regional.

No referendo, proibido pela Justiça espanhola e marcado pela violência policial, quase dois milhões de catalães de um total de 5,5 milhões de eleitores apoiaram a secessão, o que levou o Parlamento regional a declarar a independência em 27 de outubro.

O governo espanhol do primeiro-ministro Mariano Rajoy respondeu ao desafio com a dissolução do Parlamento, a destituição de Puigdemont e de seu Executivo e assumindo o controle da autonomia regional.

Designado como presidente catalão, Torra, um editor de 55 anos, pode formar um governo, requisito para o fim da intervenção de Madri na comunidade autônoma de 7,5 milhões de habitantes.

Torra, da ala radical dos separatistas e fiel ao ex-presidente Puigdemont, foi eleito com maioria simples dos secessionistas no Parlamento, por 66 votos contra os 65 das demais forças políticas.

Apoio da extrema-esquerda

A CUP, pequeno partido independentista de extrema-esquerda, preparou o caminho no domingo ao anunciar, após consultar suas bases, que seus quatro deputados iriam se abster para não bloquear a formação de um novo governo.

Em um primeiro debate sobre a questão no sábado, Torra não conseguiu ser eleito, pois não recebeu o apoio da maioria absoluta (68 votos de 135).

Na ocasião, Torra prometeu trabalhar "sem descanso" pela independência e facilitar mais adiante o retorno ao poder de Puigdemont, que chamou de "presidente legítimo".

(Foto: Reuters/Albert Gea)