POLÍTICA NACIONAL
Será impossível governar se Câmara derrubar o veto
Derrubada do veto vai dar um prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil, diz Bolsonaro.
Em 20/08/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na noite de quarta-feira (19) que o Senado deu um “péssimo sinal” ao derrubar o veto.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (20) que será “impossível” governar o Brasil caso a Câmara derrube o veto que abre margem para a concessão de reajuste de servidores públicos, já derrubado na véspera pelos senadores, e frisou que a responsabilidade não é só dele de ajudar o país a “sair do buraco”.
“Ontem o Senado derrubou um veto que vai dar um prejuízo de 120 bilhões de reais para o Brasil. Então, eu não posso governar um país se (a derrubada) desse veto for mantida na Câmara, é impossível governar o Brasil”, disse o presidente a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
“A responsabilidade não é só minha, é de todo mundo a responsabilidade de ajudar o Brasil a sair do buraco”, emendou.
Na véspera, senadores derrubaram o veto de Bolsonaro a trecho do projeto que abria exceções à proibição de reajustes salariais de servidores públicos até o fim de 2021. O veto ainda tem de ser votado pela Câmara, em sessão prevista para esta quinta.
Péssimo sinal
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na noite de quarta-feira (19) que o Senado deu um “péssimo sinal” ao derrubar o veto.
“O Senado deu hoje um sinal muito ruim permitindo que justamente os recursos que foram para a crise da saúde possam se transformar em aumento de salários, isso é um péssimo sinal. Isso tem efeito sobre a taxa de juros, muito ruim, muito ruim”, afirmou Guedes a jornalistas na noite de quarta-feira. “Vamos torcer para a Câmara conseguir segurar a situação.”
A proibição da concessão de aumentos foi estabelecida como contrapartida ao auxílio federal de 60 bilhões de reais repassado a Estados e municípios para o enfrentamento da crise do coronavírus. A derrubada do veto deixa de fora da restrição categorias como as de profissionais de segurança pública, saúde, educação, agentes penitenciários e militares. (Reuters)