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Sobrevivente de acidente com ônibus no ES diz que motorista corria
Passageiro é capixaba e, para ele, acidente foi causado por imprudência.
Em 29/12/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Um passageiro capixaba que estava no ônibus que se envolveu em um acidente na BR-101, na Serra, na manhã deste sábado (27), deixando nove mortos, contestou a versão contada pelo motorista de que uma ultrapassagem teria causado o acidente. Segundo o operador de máquinas Milton Esteiner Júnior, de 27 anos, o condutor do coletivo dirigia em alta velocidade. “Foi muita imprudência, isso poderia ter sido evitado”, disse, emocionado.
A assessoria de imprensa da viação São Geraldo informou que mentém a versão contada pelo motorista e que ela será comparada ao laudo da perícia técnica da polícia, que deve ficar pronto em 30 dias. Sobre o excesso de velocidade, a empresa afirmou que faz um acompanhamento rigoroso de todo o trajeto feito pelo ônibus.
O ônibus, com 31 passageiros e um motorista, seguia de Porto Seguro, na Bahia, para o Rio de Janeiro quando capotou e caiu em uma ribanceira de 40 metros, no quilômetro 249 da BR-101, por volta de 5h30 deste sábado (27). Oito passageiros morreram no local do acidente, 23 ficaram feridos e foram levados para hospitais da região. A nona vítima do acidente morreu no hospital, segundo relatório divulgado pela Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa). Oito passageiros permanecem internados, sendo sete com quadro de saúde estável e um em estado grave
Milton contou que mora em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, mas embarcou em Teixeira de Freitas e ia para o Rio de Janeiro. Ele disse não ter visto qualquer sinal que comprove a versão do motorista. “Não ouvi buzina de carreta, se tinha alguem ultrapassando, eu não percebi ninguém piscando farol ou freada de ônibus, ou de carreta, por isso eu descarto essa hipótese de que alguém estava ultrapassando”, disse.
Segundo ele, o motorista dirigia em alta velocidade. Para Milton, a imprudência do condutor pode ter sido o que causou o acidente. “O motorista vinha correndo muito, desde Teixeira de Freitas. Todo mundo no ônibus já estava comentando, ouvi umas conversas do tipo ‘o motorista tá chutado’. Na minha opinião, ou ele dormiu ou ele não conhece muito a estrada e não viu que tinha curva perigosa, e estava em alta velocidade e não conseguiu curvar”, disse.
Já em casa, se recuperando dos ferimentos no rosto, braço e perna, ele relembra os momento que viveu após o acidente. “O meu sentimento é recente, to muito triste pelas pessoas que morreram, foi muito difícil levantar e ver as pessoas pedindo socorro e eu não poder ajudar”, disse, emocionado.
Versões do acidente
O motorista do ônibus teve um corte na mão e se apresentou no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ele contou à PRF que, ao fazer uma curva encontrou um caminhão fazendo uma ultrapassagem indevida. Para não bater, ele jogou o ônibus para o acostamento. O motorista explicou ainda que não conseguiu parar e o veículo caiu na ribanceira.
Na tarde deste sábado, o inspetor Nicola, da PRF, explicou que o trecho onde aconteceu o acidente não é perigoso porque tem a pista em faixa duplicada. “Dificilmente alguém estaria realizando uma ultrapassagem. O que a PRF constatou, o que aconteceu no local, foi que o ônibus, ele perdeu, não realizou a curva, passou direto na curva, saiu de pista, desceu na ribanceira, vindo a capotar algumas vezes”, relatou Nicola.
Outro lado
A assessoria de imprensa da viação São Geraldo informou que mentém a versão contada pelo motorista de que uma carreta estaria fazendo uma uma ultrapassagem e, para evitar uma colisão frontal, o motorista jogou o coletivo para o acostamento. De acordo com a empresa, o relato do condutor do ônibus será comparado ao laudo da perícia técnica da polícia.
Sobre o excesso de velocidade, a empresa afirmou que faz um acompanhamento rigoroso de todo o trajeto feito pelo ônibus.
Fonte:G1.com