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Soldados russos anti-Kremlin atacam a região de Belgorod
Quem são os paramilitares russos que atacaram região da Rússia, na fronteira com a Ucrânia?
Em 24/05/2023 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Não apenas soldados ucranianos estão lutando do lado de Kiev, mas também cidadãos da própria Rússia – tanto na Legião da Liberdade para a Rússia quanto no chamado Corpo de Voluntários Russos.
Como se formaram e que ideologia representam as tropas de soldados russos anti-Kremlin que atacaram Belgorod, na fronteira com a Ucrânia?
"Sonhos se tornam realidade! Agora estou na Legião da Liberdade para a Rússia", disse o ex-vice-chefe do estatal Gazprombank, da Rússia, Igor Volobuyev. O canal da legião no Telegram traz detalhes de vários militares russos que desertaram para a Ucrânia e até revelaram seus nomes.
Não apenas ucranianos, portanto, estão lutando do lado de Kiev, mas também cidadãos da própria Rússia – tanto na Legião da Liberdade para a Rússia quanto no chamado Corpo de Voluntários Russos.
Nesta segunda-feira (22/05), combatentes dessas unidades atacaram a região de Belgorod, na Rússia. Andriy Yusov, do serviço secreto ucraniano, falou na emissora pública Suspilne sobre uma "operação para libertar áreas da região de Belgorod do regime de Putin".
Unidades de russos
É sabido que a Legião da Liberdade para a Rússia existe, no mínimo, desde o início de abril de 2022. Ela seria supostamente composta por soldados russos capturados que haviam desertado para o lado ucraniano, mas também por voluntários com passaportes russos.
"São cerca de 500 homens", diz Ilya Ponomariov, ex-deputado da Duma russa, que agora vive no exílio e representa a unidade. Em 2014, ele foi o único que votou contra a anexação da península ucraniana da Crimeia.
A outra unidade, o Corpo de Voluntários Russos, foi formada em agosto do ano passado. O número de integrantes da unidade é mantido em segredo, mas um combatente conhecido pelo codinome "Cardeal", cuja identidade militar foi mostrada à DW, diz que eles desempenham funções de uma companhia militar.
Uma companhia consiste em 30 a 150 homens. O cofundador da unidade, o empresário Denis Kapustin, conhecido no ambiente extremista de direita russo e que usa o pseudônimo Denis Nikitin, relatou no final do ano passado que o Corpo de Voluntários Russos está em atividade junto ao Exército ucraniano desde o segundo semestre de 2022.
Verdadeira nação
Nas redes sociais, o Corpo de Voluntários da Rússia afirma que todos os seus membros teriam visões conservadoras de direita. O combatente "Cardeal", por exemplo, vê a futura Rússia como uma "verdadeira nação dos russos nos territórios russos originais – levando em conta a integridade territorial da Ucrânia, de Belarus e dos países vizinhos". Ele enfatiza:
"Queremos construir um Estado para os russos que queira viver em paz com todas as nações vizinhas."
Já os membros da Legião da Liberdade para a Rússia não expressam publicamente suas opiniões políticas. Ilya Ponomariov aponta que não há uma ideologia dominante na unidade. Ele diz que ela seria o protótipo do futuro exército da Federação Russa e que a vantagem é que a unidade não se posiciona nem à esquerda nem à direita e não é nem liberal nem conservadora. Seus membros estariam unidos pela vontade de se opor à agressão da Rússia.
Dissolução ou preservação
O Corpo de Voluntários da Rússia pertence ao Conselho Civil, uma nova associação de emigrantes russos fundada em Varsóvia. Anastasia Sergeyeva, responsável no grupo por questões internacionais, até recentemente chefiava a fundação polonesa Por uma Rússia Livre.
Ela diz que o Conselho Civil também inclui ativistas das repúblicas que pertencem à Federação Russa e que eles estão comprometidos com o direito de seu povo à autodeterminação. O Conselho Civil publicou no YouTube mensagens de vídeo para tchetchenos e circassianos, convidando-os a lutar pela Ucrânia e trabalhar pela independência de suas repúblicas. Sergeyeva busca doações privadas para financiar o trabalho do Conselho Civil e a formação de novos combatentes.
O representante da Legião da Liberdade para a Rússia, Ilya Ponomariov, disse à DW no final de 2022 que estava em negociações sobre uma cooperação com representantes de diferentes países e meios de comunicação.
Ao contrário do Corpo de Voluntários Russos, que permite que regiões se separem da Federação Russa, a legião diz que seu objetivo é "preservar uma Rússia unida e indivisível dentro das fronteiras de 1991", acrescentando que as regiões teriam que receber poderes de longo alcance e que sua identidade étnica deveria ser preservada. A legião também arrecada dinheiro para financiar seu trabalho – em criptomoeda.
Recrutamento de combatentes
Antes de o Corpo de Voluntários da Rússia iniciar sua cooperação com o Conselho Civil, ele só aceitava russos que já estavam no exterior. A unidade afirma que muitos deles integram o Batalhão de Voluntários Azov desde 2014, lutando ao lado da Ucrânia nos combates em Donbass.
Atualmente, o Conselho Civil é uma espécie de centro de recrutamento. De acordo com Anastasia Sergeyeva, agora também são aceitos homens vindos diretamente da Rússia. No site do conselho, voluntários em potencial podem preencher um questionário em um formulário do Google ou escrever para uma caixa de correio criptografada do ProtonMail.
"A comunicação adicional ocorre através dos sistemas seguros que propomos", explica Sergeyeva, sem entrar em detalhes.
Como enfatiza Oleksiy Arestovych, um ex-conselheiro do gabinete presidencial ucraniano, a Legião da Liberdade para a Rússia inicialmente recrutava apenas prisioneiros de guerra russos que mudavam de opinião. No entanto, segundo ele, a legião agora também aceita homens que ainda estão na Rússia. (Deutsche Welle - https://istoe.com.br/autor/deutsche-welle/)
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