CIDADE
SP mantém estratégia de vacinação após alerta da OMS
O Governo de São Paulo mantém a recomendação de vacinação.
Em 16/01/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O Governo de São Paulo mantém a recomendação de que a vacinação contra a febre amarela se restrinja aos visitantes dos 522 municípios atingidos (80,9% do total), mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgar nesta terça-feira (16) que o aumento da atividade do vírus faz com que todo o estado seja considerado área de risco. O estado de São Paulo tem 645 municípios.
A biomédica Regiane Cardoso de Paula, coordenadora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, explicou ao G1 por telefone que existe coerência no alerta da agência internacional, mas que a estratégia de enfrentamento contra a doença infecciosa será mantida no estado.
“O que acontece é que a OMS é uma agência global, que precisa emitir uma recomendação geral, de caráter preventivo. A OMS não tem condições de prever o deslocamento do vírus por cada município paulista, assim como os viajantes estrangeiros”, explica a coordenadora.
“A estratégia deles pensa no turista que, por exemplo, pode ir hoje para a Baixada Santista, que não foi atingida pela febre amarela, e depois seguir para Mairiporã, que é uma área de risco. A orientação é a mesma para quem viaja para o continente africano, onde evidentemente não é todo o território que foi atingido pela doença”, completa a biomédica.
Alerta da OMS
Nesta terça-feira, o secretariado da entidade tomou a decisão de ampliar a recomendação de vacinação a todos aqueles que viajem ao estado de São Paulo, e não apenas às regiões de risco, "considerando o aumento da atividade do vírus".
O que mudou
- Antes: Até então, a OMS recomendava que viajantes tomassem a vacina contra a febre amarela para áreas de risco do estado de São Paulo, que não incluia a capital paulista e boa parte do interior, além de outros estados do Brasil.
- Agora: A recomendação da OMS passa a valer para todo o estado de São Paulo, incluindo a capital paulista.
A responsável pelo Centro de Vigilância Epidemiológica argumenta que a Secretaria da Saúde já está ciente e monitora o aumento da atividade do vírus desde 2016.
“Tivemos aumento da atividade do vírus em 2017, quando as áreas de risco passaram de 445 municípios para 522. Começou por Campinas, desceu para as regiões de Franco da Rocha, Osasco e Mogi das Cruzes e, por isso, 7 milhões de pessoas foram vacinadas”, afirma Regiane Cardoso de Paula.
“Nós iniciamos ações em Mairiporã em agosto de 2017, e só em janeiro de 2018 começaram a confirmar os primeiros casos. Estamos cientes e antecipamos ações preventivas”, disse a coordenadora.
O Centro de Vigilância Epidemiológica destaca que a orientação do Governo do Estado é para que somente as pessoas que vivem ou visitam áreas de risco tomem a vacina, pois são as regiões prioritárias.
“Temos um planejamento para que todas as pessoas sejam vacinadas em 2018, mas nesse momento os esforços estão concentrados na população em risco. Estamos vendo as pessoas formarem filas em áreas densamente urbanas, sem risco, tomando vacina sem necessidade. Deve receber imunização somente quem estiver em área de risco do estado de São Paulo, de Minas Gerais ou da Zona Norte do país”, reforça a doutora Regiane Cardoso de Paula.
Vacinação antecipada
Na manhã desta terça, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que a vacinação fracionada contra a febre amarela em 54 municípios do estado será antecipada para o dia 29 de janeiro. Anteriormente, o governo havia anunciado que a aplicação das doses seria realizada a partir do dia 3 de fevereiro. "Agora, o que é importante: não ter pânico e correria. Toda a população deverá ser vacinada até o fim do ano", declarou o governador.
Subiu para 21 o número de mortes por febre amarela silvestre no estado de São Paulo, segundo balando da Secretaria Estadual da Saúde. Também foram confirmados 40 casos autóctones (quando a doença é contraída na própria cidade e não vem de pessoas que viajaram para regiões afetadas) de febre amarela silvestre no estado desde janeiro de 2017. Não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942.