EDUCAÇÃO
Taxa de matrícula mostra abismo entre crianças mais pobres e ricas.
Os dados divulgados nesta sexta-feira são um recorte das informações da Pnad.
Em 02/12/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Dados da Síntese de Indicadores Socioeconômicos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira (2) revelam a persistência do "abismo" entre a população mais rica e a mais pobre na área da educação. Apesar de a distância entre elas ter diminuído nos últimos dez anos, a comparação da taxa de matrículas de acordo com a renda das famílias mostra que, entre os três quintos da população com a renda mais baixa, a taxa de matrícula na escola de crianças de 4 a 5 anos foi menor em 2015 do que a mesma taxa de 2005 registrada pelas crianças de mesma idade, só que do quinto da população com a renda mais alta.
Para comparar os indicadores, o IBGE separou a população em cinco partes iguais, cada uma representando 20% do total de pessoas em cada faixa etária. Essa separação foi feita de acordo com a renda mensal da família.
Em 2005, 86,7% das crianças de 4 a 5 anos pertencentes a este quinto da população estavam na escola (5º quinto, de acordo com a separação feita pelo IBGE). Em 2015, considerando as crianças de 4 a 5 anos do quinto da população com a renda mais baixa, essa taxa foi de 80%. O 2º quinto e o 3º quinto apresentaram, em 2015, taxas de 82,7% e 85,6%, também menores que a do quinto mais rico registrada há dez anos.
Essa desigualdade também foi registrada em estudantes de outras faixas etárias. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, a proporção de distorção idade-série também caiu em todas as faixas de renda, mas, entre as mais pobres, os números ainda são piores em 2015 do que foram na camada mais rica em 2005.
A distorção idade-série representa os estudantes que estão atrasados na escola em relação ao esperado para sua idade. Por exemplo: considerando os adolescentes de 15, 16 e 17 anos, espera-se que eles já estejam cursando, respectivamente, o primeiro, o segundo e o terceiro anos do ensino médio, mas há casos em que eles ainda estão no ensino fundamental, ou em anos anteriores do ensino médio.
Enquanto entre os 20% de brasileiros mais pobres a distorção idade-série caiu um terço em dez anos (de 64,2% para 40,7%), a mesma distorção entre os 20% dos brasileiros mais ricos recuou de 10,3% para 8,2%. Porém, ela é quase cinco vezes menor do que a defasagem dos estudantes da faixa mais pobre da população.
Os dados divulgados nesta sexta-feira são um recorte das informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), publicada na semana passada.
De acordo com o IBGE, as estatísticas mostram que "houve democratização do perfil dos estudantes no ensino superior nas redes pública e privada, além de aumento da população com ensino superior completo. Contudo, observou-se que a dívida educacional brasileira é histórica e que sua alteração é necessariamente lenta, levando em conta o tempo requerido para a formação de cada nova geração".
Fonte: g1