CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Tecidos de cordas vocais são desenvolvidos em laboratório.
Técnica possibilitaria transplante para pessoas com problemas de voz.
Em 20/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Pesquisadores norte-americanos desenvolveram em laboratório tecidos de cordas vocais, que poderiam gerar transplantes para as milhões de pessoas que sofrem problemas de voz - informou um estudo publicado nesta quarta-feira (18).
As pesquisas ainda estão no primeiro estágio, mas o avanço é importante já que as cordas vocais são "um sistema delicado e difícil de replicar", ressaltou Nathan Welham da universidade de Wisconsin, que conduziu o estudo publicado na revista médica "Science Translational Medicine".
Os tecidos das cordas vocais ficaram três meses no corpo de um ratinho, cujo sistema imune foi modificado para imitar o dos seres humanos. Os tecidos também foram capazes de produzir vibrações quando transplantados para cadáveres de cães.
Eles foram desenvolvidos em laboratório durante um período de duas semanas, a partir de fibroblastos (fibras que produzem colágeno) e células epiteliais humanas (que formam um tecido de revestimento), disseram os pesquisadores.
As células foram isoladas, purificadas e aplicadas a uma estrutura de suporte tridimensional baseado em colágeno, do mesmo tipo que o aparato usado para desenvolver pele artificial em laboratório.
Primeiros resultados são promissores
Os tecidos bem desenvolvidos têm a aparência de cordas vocais naturais úmidas e elásticas, descreveu Welham.
Chegar até o transplante de cordas vocais pode levar anos, mas os pesquisadores afirmam que as primeiras etapas de seus trabalhos são promissoras para os pacientes.
Cerca de 20 milhões de pessoas sofrem com alguma disfunção das cordas vocais nos Estados Unidos e até hoje não existe tratamento eficaz para este tipo de problema.
As deficiências podem ser causadas por um trauma, um ferimento, uma operação cirúrgica ou cânceres, como o câncer de cabeça ou do pescoço.
"A voz é uma coisa muito fascinante, à qual nós não prestamos muita atenção até que ela mostre sinais de alteração", ressaltou Welham.
Fonte: AFP