POLÍTICA NACIONAL
Temer continua a ouvir sugestões para formação de governo.
É a formação de um eventual governo, caso a presidenta Dilma Rousseff seja afastada pelo Senado.
Em 26/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O vice-presidente da República, Michel Temer, passou mais um dia em reuniões com aliados, conversas com integrantes do PMDB e de outros partidos ou recebendo sugestões para a formação de um eventual governo, caso a presidenta Dilma Rousseff seja afastada pelo Senado em maio e ele assuma a Presidência, como consequência do processo de impeachment instaurado contra ela.
Durante a tarde, Temer permaneceu por cinco horas em audiências no gabinete da Vice-Presidência, no Palácio do Planalto, e, ao final, demonstrou novamente preferir o silêncio no momento atual. "Terei de ser repetitivo. Vou esperar o Senado Federal", disse aos jornalistas, fazendo referência a duas ocasiões na semana passada, quando disse que aguardará “silenciosa e respeitosamente” a análise dos senadores sobre a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma.
Pela manhã, porém, ele repetiu a estratégia da última sexta-feira (22), e deu entrevista à imprensa estrangeira para rebater a tese da presidenta de que o processo de impeachment é um golpe. Antes mesmo de embarcar para Nova York, Dilma passou a conceder entrevistas em que acusa Temer de participar de tramar e conspirar contra ela.
"O processo de impeachment é legal e constitucional. A visão no exterior atualmente é de que o Brasil é uma pequena república, que é capaz de um golpe. Por isso, eu digo que não há golpe, nem tentativa de violar a Constituição. Sessenta e dois por-cento da população brasileira são favoráveis ao impeachment. Então, que conspiração eu estou liderando? Eu tenho poder para convencer 367 deputados e mais da metade da população brasileira? Acho que é mais um equívoco", afirmou ao canal norte-americano CNN.
Além de deputados do PMDB, partido do qual é presidente nacional licenciado, o vice-presidente se reuniu com outros aliados, como o governador de Tocantins, Marcelo Miranda, e o ex-governador de Minas Gerais, Newton Cardoso. O peemedebista mineiro, que disse já ter se aposentado e possuir apenas "expectativa" de que "amigos" assumam, afirmou que Temer precisa estar preparado para o primeiro dia após um eventual afastamento da presidenta pelo Senado.
"Ele [Temer] disse que tem um plano muito inteligente, que vai atender a grande expectativa popular. Assim que assumir, tem na cabeça dele já muita coisa pronta. Ele está com boa expectativa, bem assessorado, se preparando para o eventual governo. E eu tenho certeza que vai dar certo", declarou Newton Cardoso aos jornalistas após o encontro.
Depois de se reunir nos últimos dias com integrantes de siglas como o PSDB (José Serra) e do PSD (Gilberto Kassab e Henrique Meireles) (LINK), hoje Temer recebeu o PV. O líder da legenda na Câmara, deputado Sarney Filho (MA), disse que "tinha a obrigação" de conversar com o vice-presidente sobre as preocupações com a questão ambiental, pois o PV foi o primeiro partido a decidir votar a favor do impeachment.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-04/meirelles-se-reune-com-temer-para-analisar-cenario-economico-do-pais
Todas as pessoas que passaram pelo gabinete de Temer afirmaram que ele não está conversando sobre ocupação de cargos nem fazendo convites. Sarney Filho, por exemplo, disse que o PV ainda não se decidiu sobre integrar formalmente um eventual governo, e negou que o "caminho natural" seja ocupar o ministério do Meio Ambiente. Ele admitiu, porém, que concorda com um apoio amplo das legendas.
"Eu já defendi isso: se formos fazer um governo de salvação nacional, acho que todos os partidos não podem se negar a colaborar. Vamos ajudar. Vamos nos incorporar, mas não tem nada que signifique isso [ocupar a pasta do Meio Ambiente]", disse Sarney Filho.
No domingo (24), Temer se reuniu com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB), que informou ter apresentado um conjunto de propostas para resolver a situação fiscal do país sem aumentar impostos.
Ouvindo com serenidade". Assim resumiu um dos interlocutores que esteve com Temer nesta segunda-feira. Nos próximos dias, a agenda deve continuar com o mesmo objetivo, já que ele recebe nesta terça-feira (26), pela manhã, representantes de quatro centrais sindicais: UGT, Nova Central Sindical, CSB e Força Sindical.
Da Agência Brasil