POLÍTICA NACIONAL

Temer diz que encontro com Aécio foi para tratar de Cemig

Presidente afirma que não interfere em assuntos de outros partidos.

Em 20/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O presidente Michel Temer afirmou neste domingo (20) por meio do Twitter que não interfere em assuntos internos de outros partidos. A afirmação foi dada um dia depois da terceira reunião nesta semana com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

De acordo com a colunista do G1 Andréia Sadi, Temer chamou Aécio na noite da última sexta-feira (18) para uma reunião no Palácio do Jaburu.

Segundo o Blog da Andréia Sadi, preocupado com as críticas ao governo lideradas pelo presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), Temer articula com Aécio uma operação para esvaziar o grupo do presidente interino do partido.

A estratégia de Temer, segundo a colunista, é incentivar Aécio Neves a retomar o comando do partido. Assim, ele indicaria um novo interino para a presidência, isolando Tasso.

"Recebi na sexta o senador @AecioNeves. E tratamos da Cemig. É assunto político. Tema é discutido pelo governo, aliados e equipe econômica. Senadores tratam dos assuntos de interesse de seu estado. Nada mais normal. Teorias da conspiração são assunto de quem não tem o que fazer", afirmou o presidente no Twitter.

"Não entro em assuntos internos de outras legendas. Não o fiz, nem o faria em relação ao PSDB", concluiu.

Reuniões

No início da tarde deste domingo, Temer recebeu o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) no Palácio do Jaburu.

Segundo Moreira, o encontro é para tratar da pauta que será levada apresentada ao presidente na reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da próxima quarta-feira (23) sobre concessões.

Mais tarde, por volta das 16h, chegaram à residência de Temer o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ.

Crise no PSDB

A crise interna no PSDB se agravou após a propaganda exibida em cadeia nacional de TV pelo partido na quinta (17).

No vídeo, de dez minutos, a legenda diz que errou ao aceitar como "natural" a troca de favores individuais em prejuízo da "verdadeira necessidade do cidadão brasileiro". A propaganda também criticou o "presidencialismo de cooptação" e defendeu a adoção do sistema parlamentarista.

O conteúdo da propaganda gerou críticas entre tucanos. Os ministros peessedebistas Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), por exemplo, afirmaram que a peça publicitária foi um "tiro no pé" do PSDB e "ofendeu fortemente" o partido.

Já Tasso afirmou que não se arrepende "de nada" sobre o tom da propaganda.

"Eu sou o presidente interino. Enquanto eu for o presidente interino, eu dou a orientação. [...] O partido não está rachado, todos os partidos hoje são rachados no sentido de que têm posições divergentes. Não existe pensamento único. Pensamento único, só no partido comunista", afirmou Tasso na sexta, após ser questionado sobre o assunto.

(Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)