Temporada de verão faz a "inflação do coco" chegar aos 65% em praias de SP.

O preço do coco em Santos, no litoral de São Paulo, disparou nos últimos três meses com a chegada do verão. O G1 percorreu toda a orla, comparou os preços e ouviu moradores e turistas. O coco, que custava R$ 3, passou para R$ 5 em um curto período de tempo. Um aumento de mais de 65% que pesa no bolso dos consumidores.

A água de coco gelada é uma das bebidas mais saudáveis e refrescantes nos dias quentes, ainda mais na praia. Porém, os turistas e moradores do litoral paulista estão gastando mais para ter acesso a essa bebida totalmente natural e que é a cara do verão. 

O vendedor de coco Fabio Vieira, que trabalha em um quiosque no canal 6, diz que o coco era vendido por R$ 3 em outubro. Em janeiro, o preço subiu para R$ 4 e depois para R$ 5. “O aumento vem dos fornecedores. O coco vem da Bahia, Ceará e Espírito Santo. Demora de três a quatro dias para chegar. Quando chega o calor, as pessoas acabam pedindo mais, o consumo é grande. Quando chega o frio, cai o preço”, disse ele.

As amigas Mariana Naves, de 30 anos, e Ana Carolina Guimarães, de 24, são de Uberlândia e vieram passar as férias em Santos. “Achamos diferente o preço e o tamanho do coco. Lá em Uberlândia tem um parque enorme e a gente gosta de tomar coco. É um coco maior e um pouco mais barato, mais ou menos R$ 3”, falou.

Moradoras de Santos, a empresária Beatriz Rosa e a professora Glaucia Ortega dizem que quase todos os dias tomam água de coco. Elas notaram o aumento no preço na semana do Natal. “Quase todos os dias a gente corre e toma um. O coco subiu para R$ 5. Eles colocam o preço para os turistas. Lembro da época que o coco era R$ 0,50. Acho um absurdo. Depois do carnaval, eles baixam o preço”, falou Beatriz.

No quiosque Zé do Coco, um dos mais famosos de Santos, o preço do coco é R$ 4. O dono armazena o coco, que vem de Sergipe, para dar conta da demanda no verão. “São três câmaras que cabem 8 mil cocos em cada uma. Quando acaba o coco a gente fecha o quiosque”, diz o atendente Carlos Antonio.

Já no canal 4, o coco gelado sai por R$ 5. “O pessoal acha que está caro mas, se os fornecedores aumentam, tem que aumentar. Compramos por R$ 2,20. Eu passei para R$ 4 e depois para R$ 5. O coco lá no nordeste dá pra encontrar por R$ 0,50”, diz o vendedor de coco José Mariano.

O enfermeiro Roberto Dias é da capital paulista e não se importa com o preço mais salgado. “Todo o ano eu venho para passar as férias. Eu adoro aqui o Embaré. Não acho o coco caro. Tá caro em Florianópolis e em Maceió. Eu pago por ser uma coisa saudável e ser geladinho”, diz.

No canal 3, o coco gelado que vem da Bahia também sai por R$ 5. “Chega essa época do ano e tem que pagar frete, funcionários. O dono aumentou na semana do Natal. Fica mais cara a demanda lá”, explica o vendedor.

O coco gelado também é encontrado por R$ 5 nos quiosque do canal 1. Nos dias mais movimentados, são vendidos de 400 a 600 cocos, segundo o vendedor Ronaldo Ferreira Lopes. “O coco veio do Espírito Santo e da Bahia. Em novembro subiu, mas depois vai baixar”, falou.

A técnica de enfermagem Alessandra Gomes foi com o filho Caio Henrique Santana tomar coco gelado na praia do José Menino. “Primeira vez que estou tomando um coco”, disse Caio. A mãe dele não se importou em pagar um pouco mais pela bebida. “Tem preços piores que o coco na praia. Está gostoso. Geralmente pagamos nessa faixa”, finaliza.

Fonte: G1-SP