CIDADE

Temporal e rompimento de açude alagam 70% de cidade no RS.

Inundação afeta cerca de 15 mil pessoas na cidade, segundo Régis Zimmer.

Em 06/01/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A enchente que atingiu a cidade de Rolante, distante cerca de 115 quilômetros de Porto Alegre, na quinta-feira (5) afetou cerca 15 mil habitantes, o que equivale a 70% da população, de acordo com o vice-prefeito Régis Zimmer. Um temporal, aliado ao rompimento de um açude no interior de São Francisco de Paula, na Serra, provocou um alagamento inédito no município.“Historicamente, a cidade tem inundações. Estamos em um relevo entre morros, isso canaliza a água. A cidade fica entre dois rios, o Rolante e o Areia. Á água da chuva desce com força da Serra e leva tudo. A chuva, em um curto espaço de tempo, e o rompimento de um açude em São Francisco de Paula, agravou a situação. Nunca teve essa proporção”, diz Zimmer, de 49 anos.

De acordo com a Prefeitura de Rolante, choveu aproximadamente 130 milímetros em cerca de 1h30. A média histórica de chuva para o mês de janeiro na cidade é de 181mm.

"Na parte urbana, tivemos casas inundadas. Moradores perderam móveis e tem muita sujeira, muito barro. Já na zona rural, no interior, alguns produtores perderam animais e plantações inteiras", complementa o vice-prefeito, que mora há 45 na cidade.

Em São Francisco de Paula, a média histórica de chuva em janeiro é de 151mm. A cidade registrou em uma hora e meia. O açude que rompeu está localizado no interior de São Francisco de Paula, no distrito de Rincão dos Kroeff, que fica a cerca de 900 metros acima do nível do mar. Após o rompimento, toda a água desceu para o vale onde está localizado o município de Rolante, que tem uma elevação de aproximadamente de 40 metros acima do nível do mar.

"Tem dois açudes aqui. Com a chuvarada, o maior transbordou e água passou para o menor, que estourou e ficou vazio", conta Lucas Mazzurana, morador do Rincão dos Kroeff, em contato com o G1.

A Prefeitura de Rolante realiza o levantamento do número de desabrigados. Não há informações de vítimas ou de feridos. De acordo com Régis Zimmer, as inundações em Rolante tem uma característica de curto período de tempo. “A água vem, sobe, alaga e depois vai embora”, conta.

Bombeiros de 10 cidades gaúchas foram destacados para resgatar as famílias que ficaram ilhadas na comunidade de Mascarada, a mais afetada. O nível da água começou a subir por volta das 18h durante o temporal, mas a situação se complicou durante à noite.

“A informação que tivemos foi a de que esse açude teria estourado às 16h. Veio a chuva às 18h e surgiram alagamentos na cidade, mas a água continuou subindo, e por volta das 21h era o caos’, conta o presidente do Corpo de Bombeiros Voluntários de Rolante, Tiago Rocha, dizendo que "casas inteiras foram levadas pela força da correnteza".

Veículos foram arrastados pela força da água, pontes foram destruídas, plantações foram devastadas, e animais morreram levados pela força da água, conforme a Defesa Civil da cidade. A estimativa é de que 90% dos animais da pecuária tenham morrido. No entanto, ainda não foram relatados casos de desaparecimentos.

Cerca de 70 famílias tiveram que ser socorridas na noite de quinta. Na madrugada desta sexta, dezenas pediam socorro. Algumas pessoas precisaram de atendimento médico. Todas por causa do provocado pela água.

O aposentado Jorge Caetano de Fraga ficou cerca de duas horas com água na altura do pescoço. “Fiquei com bastante medo quando a água começou a chegar na caixinha de eletricidade. A gente tinha medo de choque. Graças a Deus o pior não aconteceu”, conta o morador.

Doações
A água começou a baixar pela manhã, e uma escola da cidade foi transformada em abrigo. Durante a manhã será feito um trabalho de verificação da extensão do estrago e o prefeito da cidade já teria sinalizado que decretará situação de emergência.

As doações podem ser feitas diretamente na sede dos Bombeiros Voluntários de Rolante (Avenida Ten. Pedro Von Mullen, 630) e na Central de Doações da Defesa Civil de Porto Alegre (Avenida Borges de Medeiros, 1501). Os itens mais necessários são água potável, alimentos e vestuário. Mais informações pelo telefone (51) 3547-3108.

Do G1 RS e da RBS TV