ESPORTE NACIONAL
Teoria de Cuca não funciona na prática, e Palmeiras repete falhas.
Novo treinador tentou, mas teve pouquíssimo tempo para mudar alguma coisa.
Em 18/03/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Contratado pelo Palmeiras na segunda-feira, Cuca identificou rapidamente alguns pontos fracos do time. Rápida também foi a percepção de que não será fácil corrigi-los. Nesta quinta, na derrota por 1 a 0 para o Nacional, em Montevidéu, o treinador viu em sua estreia a equipe se complicar na Taça Libertadores ao apresentar problemas justamente que ele havia tentado minimizar - à base sobretudo de conversa, dado o pouco tempo de trabalho.
Primeiro problema: linha de impedimento. Os jogadores ainda não têm entrosamento e nem treinamento suficientes para deixar o ataque adversário em condição irregular. Aos três minutos, Nico López (que mais tarde faria o único gol da partida) ficou cara a cara com o goleiro Fernando Prass porque Alecsandro não acompanhou a velocidade dos colegas na saída da área.
Segundo problema: laterais inseguras. Lucas, pelo lado direito, fez outra atuação abaixo da crítica, bem aquém do que ele já mostrou com a camisa alviverde. Não deu apoio no ataque e sofreu defensivamente, levando cartão amarelo aos dez minutos. Egídio, pela esquerda, errou muitos passes e domínios de bola. Foi sacado no intervalo.
Terceiro problema: a bola não para no pé. A ideia para o confronto em Montevidéu era ter mais posse, principalmente com Zé Roberto no meio-campo. Não foi o que aconteceu, em especial na primeira etapa. A equipe foi encurralada e se limitou a afastar o perigo de sua área quando o Nacional chegava com perigo ao ataque.
Além de não ter conseguido dar cadência e qualidade no meio-campo, Zé Roberto, já como lateral-esquerdo novamente, participou do conjunto de erros no gol marcado pelo Nacional, aos cinco minutos do segundo tempo. Depois de cruzamento permitido por Lucas, o veterano deixou López sozinho para cabecear no contrapé de Fernando Prass.
Cuca, que já tinha colocado Robinho e Gabriel Jesus no intervalo, tentou como última cartada substituir o volante Gabriel pelo centroavante Lucas Barrios. Mandou o Palmeiras para frente, foi para o tudo ou nada. Saiu com nada, porque, no único lance de perigo, aos 45 minutos do segundo tempo, o goleiro Esteban Conde defendeu boa finalização de Alecsandro.
– Esse time foi formado há um ano e meio, não é um time maduro que sabe tudo dentro do campo, a hora de defender e de atacar. É uma identidade que estão buscando, cabe ao treinador ajudar nisso – analisou.
Ao treinador, haverá três semanas de trabalho até o próximo compromisso pela Libertadores. Em 6 de abril, agora na terceira colocação, o Palmeiras fará jogo de vida ou morte contra o Rosario Central, na Argentina. Em três semanas, será preciso ajeitar a linha de impedimento, dar segurança às laterais, ter mais a bola no pé... Na prática, não só na teoria.
Fonte:GE