SAÚDE

Trabalhar demais aumenta o risco de ter câncer e doenças crônicas.

Equilíbrio entre vida profissional e pessoal é o desafio.

Em 01/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Você com certeza já pensou nas conquistas que teve por meio do trabalho. Casa, carro, viagens e outros bens e experiências possivelmente estão na lista.  Mas, e o que a sua saúde ganhou ou perdeu com isso, você sabe? Algumas doenças crônicas estão relacionadas às horas extras no escritório.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, em parceria com a organização sem fins lucrativos norte-americana Mayo Clinic, pessoas que trabalham mais de 60 horas por semana têm três vezes mais risco de desenvolver câncer, diabetes, doenças do coração e artrite em relação às que cumprem jornada de 40 horas.

Para chegar a este resultado, divulgado em junho último, foram analisados dados do Censo Nacional da Juventude e históricos médicos de aproximadamente 7,5 mil homens e mulheres durante 32 anos (1978-2009).

Segundo o médico rádio-oncologista Carlos Rebello, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), outras pesquisas de curto prazo já associavam o estresse excessivo, por causa do trabalho, ao câncer.

“Uma mente e um corpo cansados e sem cuidados enfraquecem o sistema imunológico. Com baixa proteção, ficamos mais suscetíveis às doenças. Fora que, quanto menos tempo as pessoas têm, mais sedentárias elas se tornam, além de se alimentarem mal e até recorrerem ao uso de drogas, como cigarro e álcool, para controlar a ansiedade”, comentou.

O estresse e o tabagismo são considerados fatores que favorecem o surgimento da artrite em pessoas com predisposição genética, segundo a médica reumatologista Brunela Borjaille, do Hospital Metropolitano. “Ela é uma doença autoimune que pode ser desencadeada por um estilo de vida ruim”, acrescenta.

Aumento proporcional

A pesquisa apontou que o risco de desenvolver doenças aumenta proporcionalmente à dedicação exagerada ao trabalho. Cerca de 56% das pessoas estudadas tiveram carga superior a 40 horas semanais e apresentavam mais risco de desenvolver artrite e diabetes; 13% trabalharam mais de 51 horas, com risco maior de ter câncer e doenças cardíacas; e um grupo de 3% passou de 60 horas, apresentando condições de desenvolverem todas as doenças citadas anteriormente.

Risco maior para as mulheres

Os resultados do estudo se diferem em relação ao gênero. Os homens com jornada de trabalho superior a 50 horas apresentaram apenas maior incidência de artrite. Portanto, o câncer e as outras doenças crônicas acometeram mais elas do que eles.

Segundo os pesquisadores, isso pode estar associado às múltiplas tarefas incumbidas às mulheres pela sociedade, fazendo com que suas empreitadas e preocupações não terminem quando batem o ponto na saída do escritório, mas continuem em casa com os filhos, companheiros e cuidados domésticos.

Prevenção

A partir do estudo, não há outra recomendação senão tentar evitar as horas extras e cuidar da mente.

Fonte: Vera Caser