POLICIA
Tribunal nega recurso a preso na 27ª fase da Lava Jato.
TRF4 indeferiu pedido da defesa de Silvio Pereira, o Silvinho.
Em 04/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, indeferiu neste domingo (3) o pedido de liminar para habeas corpus em favor de Sílvio José Pereira, o Silvinho, ex-secretário do PT citado em delação premiada e preso na 27ª etapa da Operação Lava Jato, apelidada de Carbono 14, e que investiga se o dinheiro desviado da Petrobras teria sido usado para comprar silêncio sobre a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, morto em 2002.
O pedido liminar foi impetrado pelos advogados Luís Alexandre Rassi e Romero Ferraz Filho, em 3 de abril, contra a prisão temporária, de 5 dias, efetivada em 1º de abril.
"A prisão temporária justifica-se, portanto, pelo risco de o paciente, posto em liberdade prematuramente, antes da análise dos documentos apreendidos, frustrar a investigação, o que não seria inédito no contexto em que se enquadra o inquérito originário", diz a decisão do desembargador federal Luís Alberto D'Azevedo Aurvalle.
27ª fase da Lava Jato
O Ministério Público Federal diz que o pecuarista José Carlos Bumlai, que já foi preso pela Lava Jato e é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contraiu um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin em outubro de 2004. O objetivo seria quitar dívidas do PT.
O empréstimo foi pago por intermédio da contratação fraudulenta da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão. Como foi favorecido para obter o contrato, parte do lucro dele na operação quitou o débito.
As investigações descobriram que, do valor total emprestado de R$ 12 milhões a Bumlai, pelo menos R$ 6 milhões foram pagos ao empresário Ronan Maria Pinto. Os investigados usaram várias estratégias para transferir os recursos, arquitetando um esquema de lavagem de dinheiro que envolveu Ronan, pessoas ligadas ao PT e outras pessoas.
O pagamento feito por Bumlai a Ronan apareceu, pela primeira vez, em um depoimento do publicitário Marcos Valério, condenado por ser operador do esquema do mensalão. Em 2012, ele disse à Procuradoria-Geral da República que Sílvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, o procurou em 2004 para falar sobre as chantagens feitas por Ronan. Em reunião com Pereira e o publicitário, Ronan teria pedido os R$ 6 milhões.
Silvio Pereira, o Silvinho
Se envolveu no mensalão do PT ligado ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O secretário-geral do partido chamou a atenção pela primeira vez, em 2005, com a revelação de que havia recebido de presente uma Land Rover da empresa GDK, fornecedora da Petrobrás.
Em seguida, ele pediu para se desfiliar do PT e anunciou que abandonaria a política. Antes de ser julgado, fez um acordo para prestar serviços comunitários e não ser preso. O nome dele voltou a aparecer agora, na Lava Jato, em delação premiada do empresário Fernando Moura. Ele disse que uma vez pegou R$ 600 mil em dinheiro na casa de Silvinho. Segundo Moura, a quantia tinha sido entregue por uma fornecedora da Petrobrás.
Em outro depoimento, Moura disse que o ex-secretário-geral do PT recebia "um cala boca" de dois empreiteiros para não falar o que sabia sobre o esquema.
Fonte: G1