POLÍTICA INTERNACIONAL

Trump ataca imprensa e ameaça retirar credenciais de repórteres.

Em Connecticut, candidato ainda voltou a acusar Obama de fundar EI.

Em 14/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O republicano Donald Trump repetiu neste sábado (13) um ataque ao presidente norte-americano Barack Obama, afirmando que ele ajudou a "fundar" o Estado Islâmico, e protestou contra reportagens da imprensa críticas à sua campanha.

Em um discurso de mais de uma hora durante um evento em Connecticut, Estado onde tem poucas chances de sair vitorioso, o candidato à presidência dos EUA passou boa parte do tempo reclamando da mídia.

Ele ameaçou mais uma vez revogar as credenciais do jornal "The New York Times". Esses documentos permitem que os repórteres acessem áreas destinadas exclusivamente à imprensa em seus eventos de campanha. Trump já baniu outros veículos antes, incluindo o "The Washington Post".

O jornal de Nova York publicou no sábado um artigo detalhando esforços mal sucedidos da campanha do republicano para fazê-lo focar a atuação nas eleições gerais para a presidência. "Essas são as pessoas mais desonestas", disse Trump. "Talvez nós comecemos a pensar em tirar as credenciais de imprensa deles."

Estado democrata
Em um Estado fortemente democrata, ele deixou preocupados muitos republicanos. "É estúpido que ele esteja em Connecticut fazendo um evento público a menos de 90 dias das eleições", disse o estrategista republicano Matt Mackowiak.

"Você não vê Hillary [Clinton] fazendo campanha publicamente em Idaho e Mississippi. Eu tenho que pensar que isso prova que o candidato está comandando a campanha, o que explica porque é um desastre de proporções bíblicas."

Em diversos momentos, a multidão lançou gritos contra Hillary, rival democrata de Trump.

O candidato também abandonou seus esforços recentes para convencer os eleitores de que não falou sério quando afirmou que Obama foi o "fundador" do grupo extremista Estado Islâmico. "É a minha opinião e a de muitas pessoas", disse ao público. Democratas e republicanos têm criticado a afirmação.

Vestido azul
Trump se desviou de atacar o histórico econômico de Hillary para discutir o escândalo sexual de 1998, envolvendo a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky e o ex-presidente Bill Clinton, que os republicanos tentaram tirar da presidência com um processo de impeachment.

"Lembram quando ele disse que não teve relações sexuais com aquela mulher, e algumas semanas mais tarde, 'oh, vocês me pegaram'?", disse, em meio a aplausos.

Ele então fez referência a um vestido azul que se tornou símbolo da investigação. "Estou tão feliz que eles tenham guardado aquele vestido, tão feliz por eles terem guardado esse vestido, porque mostra quem diabos eles são."

Reuters