ECONOMIA INTERNACIONAL
Tsipras diz que "primeira grande batalha" é alívio da dívida grega
Governo focará em restaurar a estabilidade na economia e nos bancos.
Em 21/09/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O primeiro-ministro eleito da Grécia, Alexis Tspiras, disse nesta segunda-feira (21) que o governo vai se focar em restaurar a estabilidade na economia e no sistema bancário do país, e em discutir um alívio da dívida com os credores.
"O objetivo imediato do período por vir é a restauração completa da estabilidade na economia e na operação de bancos e na ampliação do terreno que ganhamos nas negociações (com os credores), sendo a primeira batalha crucial o alívio da dívida", disse Tsipras em reunião com membros do Syriza, segundo uma autoridade do partido.
Tsipras e seu partido de esquerda Syriza venceram a eleição de domingo na Grécia. Ele deve ser empossado mais tarde nesta segunda-feira como primeiro-ministro, retornando ao cargo que deixou no mês passado.
O novo governo da Grécia tem um mandato para realizar as reformas que o país acertou com seus credores internacionais em julho, afirmou a Comissão Europeia nesta segunda-feira.
"Foi sob a liderança de Alexis Tsipras que a Grécia se comprometeu com um programa ambicioso de reformas", disse à imprensa um porta-voz da Comissão.
"O novo governo terá agora o mandato para realizar essas reformas", completou.
Crise no país
Tsipras foi eleito primeiro-ministro da Grécia em janeiro, mas renunciou ao cargo em agosto após sua coalisão de governo se fragmentar depois do acordo com os credores do país por um novo pacote de resgate financeiro.
A União Europeia e o FMI exigiam que a Grécia implementasse, em troca de ajuda econômica, medidas de aperto duramente criticadas por Tsipras em sua campanha eleitoral no início do ano. Entre essas medidas estavam ajustes no sistema de aposentadoria e aumento de impostos.
Eleito com a promessa de acabar com medidas de austeridade, ele acabou cedendo à pressão da União Europeia e aceitou adotar medidas de austeridade - mesmo após o referendo realizado em julho, em que 61% dos gregos se mostraram contra a aceitação do acordo.
Tsipras aceitou o acordo com a União Europeia após várias semanas de negociação, quando incertezas agravaram a crise no país após o não pagamento da parcela de uma dívida com o FMI.
Para evitar que os gregos, assustados com a crise, corressem aos caixas eletrônicos para retirar seu dinheiro e acabassem quebrando as instituições, os bancos ficaram fechados por dias.
A dívida com o FMI foi paga após um empréstimo-ponte de € 7,16 bilhões acertados na semana passada junto ao Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (EFSM).
Após aceitar o acordo, Tsipras afirmou que assinou um texto no qual não acreditava para evitar um desastre.
"Assumo mais responsabilidades por qualquer erro que eu possa ter cometido. Assumo minha responsabilidade pelo texto em que eu não acredito, mas que assinei para evitar um desastre para o país", declarou Tsipras à TV pública grega ERT em julho.
Mais de vinte deputados abandonaram a base de Tsipras, segundo a Reuters, muitos deles dizendo que o primeiro-ministro traiu seus princípios.
Com exceção do Aurora Dourada e do partido comunista KKE, os principais partidos no novo parlamento concordam com o acordo que mantém a Grécia na zona do euro.
"Depois de anos em uma crise quase sem precedentes, a vasta maioria dos gregos estão apoiando partidos que prometem manter o país na zona do euro, mesmo que isso implique em completas e dolorosas reformas", disse Holger Schmieding, economista-chefe do banco Berenberg da Alemanha, segundo a Reuters.
Fonte: Reuters