POLÍTICA INTERNACIONAL

UE não fará acordos com EUA sem isenção total de de tarifas

Foi o que afirmou Cecilia Malmström, em entrevista coletiva em Estrasburgo.

Em 20/04/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Comissão Europeia (CE) negou nesta quarta-feira ter oferecido qualquer tipo de acordo comercial aos Estados Unidos em troca de a União Europeia (UE) ficar isenta das suas tarifas sobre as importações de aço e alumínio, e afirmou que este tipo de conversa não acontecerá até que seja confirmado que a isenção é permanente.

"Não oferecemos nada aos EUA, não vamos oferecer nada para ficar isentos de tarifas que consideramos que não cumprem as regras da Organização Mundial do Comércio", disse a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, em entrevista coletiva em Estrasburgo.

Cecilia respondeu assim à pergunta de um jornalista sobre supostas conversas entre Washington e Bruxelas para chegar a um acordo comercial limitado, que cobrisse unicamente bens industriais e contratação pública, uma possibilidade que a comissária descartou.

"Sempre estamos dispostos a falar sobre barreiras ao comércio, mas em nenhuma circunstância vamos negociar nada sob pressão, sob ameaças", ressaltou.

Cecilia disse que a prioridade do Executivo comunitário é conseguir a isenção "incondicional e permanente" das tarifas sobre as importações de alumínio e aço impostas pelos EUA, que não afetarão a UE até, pelo menos, 1º de maio.

Este é o prazo limite dado por Washington para decidir se prorroga as isenções anunciadas no último dia 23 de março, e Cecilia está liderando as conversas com funcionários do alto escalão americanos para conseguir esta exceção.

"Ainda não recebemos nenhuma garantia, mas as conversas continuam", explicou a comissária.

"Primeiro precisamos de uma isenção permanente e incondicional e, então, quando isto estiver confirmado pelo presidente (dos EUA), podemos continuar falando de qualquer outra coisa da qual queiram falar", acrescentou.

Sobre estas tarifas, que já entraram em vigor para alguns países, Cecilia disse que "há motivos para a preocupação" e afirmou que já é possível ver "tendências de distorções comerciais" que também afetam a UE.

Foto: EFE/DUMITRU DORU