MEIO AMBIENTE
Últimos oito anos foram os mais quentes, informa Copernicus
O ano de 2022 é o quinto mais quente, com uma média de 1,2 ºC acima da média pré-industrial.
Em 10/01/2023 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados no mundo, especialmente em grande parte da Europa Ocidental, Oriente Médio, Ásia Central e noroeste da África, de acordo com um relatório europeu publicado nesta terça-feira (10).
Durante o período 2015-2022, cada ano registrou no mínimo um aumento de mais de um grau Celsius em sua temperatura média, em comparação com a média pré-industrial.
O ano de 2022 é o quinto mais quente de que se tem memória, com uma média de 1,2 ºC acima da média pré-industrial, segundo o relatório do programa europeu sobre mudanças climáticas Copernicus (C3S).
Nesses oito anos, o mundo viveu secas e inundações excepcionais e o aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, principal causa das mudanças climáticas.
A América Latina e o Caribe ficaram relativamente de fora desses registros, durante um ciclo basicamente dominado pelo fenômeno La Niña no oceano Pacífico, que gera um certo resfriamento.
Na Europa, porém, essa onda não chegou. Muito pelo contrário: 2022 em particular foi “o segundo ano mais quente” pelos registros oficiais. Os meses de verão bateram recordes no Reino Unido, enquanto França, Portugal e Espanha sofreram severas secas.
Em nível global, o Paquistão sofreu enchentes históricas, o centro e o leste da China foram submetidos a fortes ondas de calor, e a Nigéria padeceu com dilúvios.
La Niña levou temperaturas mais baixas do que o habitual para o leste da Austrália, além de chuvas intensas.
E mais ao sul, “a extensão do gelo do mar antártico atingiu um nível mínimo recorde ou quase recorde”. Em fevereiro de 2022, foi registrada a extensão de gelo mais precária “em 44 anos de observação por satélite”.
Fenômenos extremos
Segundo Samantha Burgess, diretora-adjunta do C3S, “2022 foi um ano de fenômenos climáticos extremos” que “demonstram que já estamos sofrendo as consequências devastadoras do aquecimento do nosso planeta”.
Esses dados “demonstram claramente que, para evitar as piores consequências, a sociedade terá que reduzir urgentemente as emissões de CO2 e se adaptar rapidamente às mudanças climáticas”, acrescentou.
O relatório confirma as previsões da Organização Meteorológica Mundial (OMM) publicadas em novembro e descritas como uma “crônica do caos climático” pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
Enquanto isso, a atividade humana segue tendo seu impacto. “A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera aumentou em cerca de 2,1 partes por milhão (ppm), uma porcentagem semelhante à dos últimos anos”, explica o programa europeu.
As concentrações de metano, um gás de efeito estufa mais intenso, mas de vida mais curta, cresceram cerca de 12 partes por bilhão (ppb), “o que está acima da média, mas abaixo dos recordes dos últimos dois anos”, acrescenta o texto.
Segundo o Acordo de Paris de 2015 de combate às mudanças climáticas, o ser humano precisa reduzir suas emissões de gases de efeito estufa pela metade até 2050 para manter o aumento da temperatura média em no máximo 2 ºC, de preferência 1,5 ºC.(Por Isto é Dinheiro, *com informações da AFP)
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