SAÚDE

Urticária atinge brasileiros e impulsiona pesquisas no Estado

A urticária é uma doença invisível atinge milhares de brasileiros e impulsiona pesquisas clínicas.

Em 17/12/2025 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

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Segundo a diretora de Assuntos Médicos do Centro de Avaliação de Medicamentos e Especialidades de Pesquisa (Cenders), Priscilla de Aquino Martins, a doença não machuca só a pele; ela interfere na rotina, no sono e na autoestima.

Cerca de 15% a 25% das pessoas terão urticária ao menos uma vez na vida. Para a maioria, o episódio é passageiro. Para uma parcela menor, no entanto, a doença persiste por meses ou anos e se transforma em urticária crônica espontânea (UCE), condição que atinge cerca de 1 em cada 250 brasileiros e impacta profundamente a qualidade de vida.

Caracterizada por coceira intensa, inchaço e lesões recorrentes na pele, a UCE vai muito além do desconforto físico. Distúrbios do sono, ansiedade, queda de produtividade no trabalho e prejuízos à vida social fazem parte da rotina de quem convive com a doença. Estudos indicam que até 1% da população mundial pode sofrer com a urticária crônica por períodos que chegam a cinco anos.

Desinformação

Apesar de descrita desde a Antiguidade (há registros em escritos atribuídos a Hipócrates), a UCE ainda é cercada de desinformação. Diferentemente do que muitos acreditam, não se trata, na maioria dos casos, de uma alergia ou de uma condição emocional. Evidências científicas apontam que a doença tem, frequentemente, origem autoimune, o que exige diagnóstico correto e tratamento específico.

Segundo a diretora de Assuntos Médicos do Centro de Avaliação de Medicamentos e Especialidades de Pesquisa (Cenders), Priscilla de Aquino Martins, a doença não machuca só a pele; ela interfere na rotina, no sono e na autoestima.

“No consultório, ainda vemos muitos pacientes que chegam desacreditados, achando que a urticária é ‘nervosa’ ou algo que precisam apenas suportar. Mas a doença não machuca só a pele; ela interfere na rotina, no sono e na autoestima.”

No Espírito Santo, a urticária crônica espontânea está entre as queixas mais comuns nos consultórios de dermatologia. Mesmo assim, o desconhecimento sobre a doença pode atrasar o diagnóstico e dificultar o controle dos sintomas, especialmente nos casos que não respondem aos tratamentos convencionais, como os anti-histamínicos de segunda geração.

Estudos

Diante desse cenário, a pesquisa clínica tem se tornado uma aliada importante tanto para os pacientes quanto para a ciência. Estudos seguem protocolos rigorosos e avaliam terapias inovadoras que buscam reduzir as crises, aliviar a coceira intensa e, em alguns casos, alcançar a remissão completa da doença.

“Acreditamos que informação clara é tão essencial quanto a medicação. Quando o paciente entende o que está acontecendo com o próprio corpo, ele recupera autonomia e qualidade de vida.”

Atualmente, o Cenders está selecionando voluntários para estudos clínicos voltados à urticária crônica espontânea. Podem participar adultos a partir de 18 anos, com diagnóstico confirmado há pelo menos seis meses e sintomas persistentes mesmo após quatro semanas de uso regular de anti-histamínicos. Os interessados passam por uma triagem detalhada para garantir segurança, elegibilidade e acompanhamento médico adequado.

“Quem entra em um estudo clínico não está apenas buscando alívio pessoal. Está contribuindo para o avanço da medicina e para que novas opções de tratamento cheguem a milhares de pessoas no futuro.” (Por Rosane Freitas/AsImp/Mile4)

A participação é gratuita (https://cenders.com.br/).

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