EDUCAÇÃO
USP avança em ranking, mas segue fora do grupo de elite
Universidade paulista aparece entre a 201ª e a 225ª.Há dois anos, ela era a 158ª colocada.
Em 03/10/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Universidade de São Paulo (USP) ganhou posições no novo ranking de universidades organizado pela revista britânica Times Higher Education (THE), o mais respeitado do mundo. A instituição paulista passou do grupo de universidades colocadas entre a 226ª e 250ª posições para o bloco de 201ª a 225ª — após a 200ª colocação, as instituições são reunidas em grupos de 25. Apesar do avanço, a USP não conseguiu voltar ao grupo das 200 melhores universidades do mundo, considerado de elite, posição que ela já ocupou entre 2011 e 2012. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aparece no ranking entre a 301ª a 350ª posições. As duas universidades estaduais são as únicas brasileiras citadas no ranking. "Ainda não há lugar para o Brasil no grupo de elite das universidades", diz o relatório do ranking.
No topo da lista, houve pouca alteração em relação aos rankings anteriores — confira a relação das dez primeiras colocadas. Em primeiro lugar, segue o Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech), seguido pelas universidades Harvard, Oxford e Stanford. Estados Unidos e Grã-Bretanha lideram a lista de países com mais instituições no ranking: são 74 americanas e 29 britânicas entre as 200 melhores. As duas nações, contudo, estão perdendo espaço. Neste ano, foram três universidades americanas e duas britânicas a menos na lista, dando lugar a instituições alemãs, canadenses e australianas.
"A USP avançou no quesito que avalia a reputação da pesquisa acadêmica", diz Phil Baty, diretor do THE, em entrevista a VEJA.com. "Ainda assim, preocupa o fato de as universidades brasileiras não serem reconhecidas globalmente pelo trabalho que produzem, exercendo influência apenas na América Latina". Em nota, o vice-reitor da USP, professor Vahan Agopyan, afirmou que respeita o ranking, mas que a universidade não pauta suas atividades pelo levantamento. "Nossa pesquisa é reconhecida internacionalmente, o que pode ser expresso, por exemplo, na colocação alcançada na mais recente edição do ranking da Scimago [divulgado em setembro], em que a USP está entre as dez instituições mundiais que mais produzem trabalhos científicos de qualidade e relevância."
As universidades brasileiras nos rankings da THE
2011-2012 |
2012-2013 | 2013-2014 | 2014-2015 | |
---|---|---|---|---|
Universidade de São Paulo | 178º | 158º | 226ª - 250ª | 201ª - 225ª |
Universidade Estadual de Campinas | 276ª - 300ª | 251ª - 275ª | 301ª - 350ª | 301ª - 350ª |
Fonte: Times Higher Education
Para a elaboração do ranking (confira mais detalhes), são avaliados cinco quesitos: qualidade do ensino, número de citações de trabalhos da universidade em outras pesquisas, publicação de pesquisas em periódicos internacionais de prestígio, influência da universidade na inovação industrial e quantidades de alunos e docentes estrangeiros.
O último critério — a presença de estrangeiros — tem sido o calcanhar de Aquiles das universidades brasileiras, segundo Baty. "A pequena oferta de cursos em língua inglesa e a reduzida quantidade de publicação de pesquisas também em inglês faz com que as universidades brasileiras tenham menos visibilidade no mercado global. Para a economia do país, é essencial que a produção acadêmica seja reconhecida internacionalmente: isso significa que a nação alia ensino de qualidade, produção científica e inovação industrial."
Outro destaque da lista é a Turquia. Até o ano passado, o país tinha apenas uma universidade na lista; agora, são quatro. Rússia e China também ganharam mais um lugar no ranking. Para Baty, esses países estão aumentando os investimentos em universidades, utilizando parte da verba para divulgar seus trabalhos no exterior. "Essas nações colocaram o ensino superior no cerne de suas políticas de desenvolvimento econômico e estão aumentando o nível de colaboração internacional, um dos fatores considerados no ranking."
Fonte:Revista VEJA