SAÚDE
Vacinas estão em falta nos postos de saúde do Espírito Santo.
Falta de repasse federal prejudica imunização.
Em 12/01/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
As vacinas para doenças como tétano, difteria e hepatite B estão em falta no Espírito Santo, o motivo é a falta de repasse do Ministério da Saúde, responsável pelo Programa Nacional de Imunizações. Com isso, quem precisa se vacinar tem feito uma verdadeira maratona de unidade em unidade de saúde em busca das doses, e a resposta é sempre a mesma: “não temos”.
A estudante Raquel de Cássia Miguel Ribeiro, 24, está preocupada. Ela foi aprovada para uma vaga de emprego, mas uma das exigências da empresa para a admissão é a apresentação do cartão de vacina em dia.
“Procurei nas unidades de saúde de Cariacica e não encontrei, minha prima procurou nas de Vitória e também não encontrou, eles dizem que é só para gestantes e pessoas com ferimentos. Estou desempregada há cinco meses e não posso perder essa vaga. Pago os meus impostos e na hora que mais preciso não tenho retorno”, queixou-se.
A dona de casa Márcia Carvalho, 29, passa pelo mesmo drama. Assim como Raquel ela precisa da vacina contra tétano para ser admitida em uma empresa. “Procurei em postos de Vitória, Cariacica e Vila Velha e não encontro. Essa vacina custa R$ 200,00 e não tenho como pagar, pois estou desempregada. Liguei para a Secretaria de Saúde e eles dizem que não podem fazer nada, liguei para a Coordenação das Unidades de Saúde da prefeitura e me deram a opção de ir ao posto mais próximo pedir uma declaração”, relatou.
Estoque
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) as vacinas estão em falta no Estado devido ao Ministério da Saúde não ter disponibilidade no estoque.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que oferece todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no calendário nacional. No entanto, devido à indisponibilidade de algumas vacinas nos mercados nacional e internacional, tem buscado soluções para garantir a proteção da população até que a produção esteja normalizada.
Sem estoque até no Ministério da Saúde
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da Sesa, Danielle Sagrillo, a vacina contra hepatite B chegará ao Estado em fevereiro.
“Houve atraso na entrega porque o Ministério da Saúde não tem disponibilidade no estoque. Ele adquire essas vacinas no Instituto Butantan, que por sua vez, não cumpriu o prazo da entrega”, justifica a coordenadora.
Quanto às vacinas contra tétano e difteria, Danielle enfatiza que o Estado vêm recebendo quantitativo reduzido.
“A cota mensal é de 40 mil doses, em dezembro recebemos somente 16 mil. Foram importadas cerca de 20 milhões de doses em novembro para serem distribuídas ao país todo, mas no momento elas passam por desembaraço alfandegário, liberação do termo de guarda da Anvisa e análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). A qualquer momento podemos recebê-las”, disse.
Enquanto a situação não é normalizada, os municípios estão vacinando somente gestantes e pessoas feridas com risco para o tétano.
De acordo com Danielle, a orientação da Sesa é que as unidades de saúde deem à quem procura pelas vacinas cópias da nota informativa do Ministério da Saúde, informando sobre o desabastecimento.
Fonte: G1-ES