CIDADE
Vale diz à CPI do pó preto, no ES, que é responsável por 15% da poluição.
Presidente compareceu pela primeira vez em sessão da CPI do pó preto.
Em 24/04/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A mineradora Vale reconheceu, nesta quinta-feira (23), em esclarecimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do pó preto, que tem participação na poluição de ar da Grande Vitória, mas disse que acredita ser responsável por apenas 15,8% de toda o impacto. Após não comparecer à primeira sessão, o presidente Murilo Ferreira deu seu depoimento.
A CPI investiga, especificamente, a emissão do chamado 'pó preto', que chega a muitas residências da Grande Vitória e incomoda a população. A comissão também tem o trabalho de identificar os responsáveis pela poluição e propor medidas para resolver o problema. Os convidados vão prestar esclarecimentos sobre as ações das empresas para diminuir a emissão de resíduos no estado.
A audiência na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) contou com a participação pela primeira vez do presidente da Vale, Murilo Ferreira. Representantes da empresa já haviam comparecido à CPI no dia 15 de abril, mas os parlamentares exigiram a presença de Ferreira.
Junto com outros diretores, ele confirmou que a empresa tem participação na poluição do ar. "Nós sabemos que não somos a única fonte emissora de poeira, mas estamos conscientes da nossa responsabilidade. Em nenhum momento, interrompemos a busca de soluções", disse.
As explicações dadas pelo presidente e diretores da Vale não convenceram muitos parlamentares. Para o deputado Dary Pagung, a empresa é a maior poluidora da Grande Vitória.
"Nós estamos trabalhando, investigando, e nós vamos tentar resolver para diminuir essa poluição aqui da Grande Vitória. Nós queremos garantir aqui nessa CPI que a Vale tem condições de colaborar mais com esse problema do pó preto", ressaltou Pagung.
Os representantes da Vale também reafirmaram o compromisso, apresentado no dia 15 deste mês, quando a empresa foi ouvida pela primeira vez na CPI do Pó Preto. Nele, a empresa se compromete a reduzir em 20% a emissão de poeira no ar da Grande Vitória até 2020, com um investimento de mais de R$ 65 milhões em novas tecnologias.
De acordo com o gerente de meio ambiente, Romildo Fracalossi, esse valor será para aprimorar os sistemas adotados, diminuindo os danos ambientais.
"A nossa gestão ao longo do tempo, após a conclusão do Termos de Conduta Ambiental (TCA), indica que podemos ter um avanço nesses controles ambientais, melhorando a sua eficiência na redução de poeira", falou.
Uma visita à Vale está marcada para o mês que vem. Os parlamentares querem averiguar se os filtros utilizados pela empresa são eficientes, e se é possível a instalação de novos.
"Não é admissível para a população do Espírito Santo ficar respirando essas micro partículas que são emanadas das chaminés dessas indústrias", afirmou o deputado Rafael Favatto, presidente da CPI do pó preto.
Fonte: G1-Espírito Santo