ESPORTE NACIONAL
Veja as lesões mais comuns no futebol amador e como tratá-las
Veja a importância de fortalecer a musculatura dos boleiros.
Em 04/04/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Estiramentos, rupturas, fraturas. Você acha que apenas os jogadores de futebol profissional se machucam? As lesões não são privilégio de Neymar e cia. Os boleiros amadores também sofrem - e muito - com os mais diferentes tipos de problemas decorrentes da prática do esporte. A maior parte deles se dá por se tratar de uma atividade de contato, com choques entre os participantes. Mas muitos ocorrem mesmo pela falta de preparo físico dos peladeiros de plantão. E para você que não dispensa uma bolinha no fim de semana, conversamos com a ortopedista Ana Paula Simões e a fisioterapeuta Raquel Castanharo para saber quais são as lesões que mais atingem quem joga futebol e como tratá-las.
Ana Paula Simões disse que as lesões no futebol amador podem ser não-traumáticas ou traumáticas. Ela destacou a coxa como a grande “vilã” dos jogadores e disse que a maior parte dos problemas ocorre por overuse, ou seja, houve uma sobrecarga e a pessoa não estava preparada fisicamente para ela, ocorrendo fadiga muscular. Segundo a médica, fazer alongamento e aquecimento corretamente, além de fortalecimento muscular paralelo já evitaria muitos desses problemas, embora também possam ocorrer casos mais sérios, como rupturas, por exemplo.
Saiba quais são as principais lesões
Lesões não-traumáticas: as que ocorrem sozinhas são mais comuns nos goleiros, como tendinites, bursites nos ombros, coluna por excesso de impacto, lombalgia, contratura na coluna, por exemplo. Nos quadris, acontecem por causa do deslocamento lateral. Na coxa, principalmente na região posterior, pode haver estiramento, lesão grau 1, grau 2 até lesão total de algum músculo. Nas pernas, as canelites são frequentes por eles correrem muito ou por sobrecarga. Nos pés entram as lesões por excesso, fascites, tendinites, dores por esforço repetitivo.
Lesões traumáticas: acabam sendo mais frequentes, porque o atleta amador geralmente quer se dedicar ao máximo para ganhar o jogo. As mais comuns são nos membros inferiores. Mas também podem acontecer traumas na coluna e fraturas, luxações nos membros superiores dos goleiros. Mas a maioria vem de contatos diretos, por pisões que geram torções, joelhadas na coxa, na lombar, chute na perna que ocasionam contusões ou até fraturas. O atleta também pode machucar só os tecidos, causando apenas uma inflamação local pelo contato direto, gerando um hematoma, não necessariamente uma lesão.
A fisioterapeuta Raquel Castanharo lembrou ainda que a lesão do ligamento cruzado anterior é uma das mais vistas no futebol. Ela pode acontecer em um choque entre os atletas, mas o mais comum é que ocorra quando a pessoa prende o pé no chão e gira o corpo em cima do joelho.
- A recuperação da lesão de cruzado é mais longa, por necessitar de cirurgia. São pelo menos seis meses parado, recuperando a força e os movimentos normais do joelho - explicou.
E cada lesão vai ter um tipo de tratamento específico e tempo de recuperação diferente. Vai depender da causa, observou a fisioterapeuta.
Confira os principais tratamentos
Lesões não-traumáticas: quando a lesão é crônica, ou não-traumática, o tratamento envolve primeiramente entender a origem do problema. Falta força? Falta flexibilidade? O volume de treinamento está muito intenso? O gesto esportivo está correto? Cada lesão pode ter uma dessas causas, ou todas ao mesmo tempo. A partir daí, se faz um plano de tratamento adequado. Na pubalgia, por exemplo, lesão comum que gera dor na frente da bacia, o gesto do chute pode estar errado: o jogador não mantém o tronco estável o suficiente. Nesse caso, é feito um trabalho de fortalecimento e estabilização do core.
Lesões traumáticas: nas leves, o tratamento é gelo, anti-inflamatórios e repouso. Podem também ser usados recursos para ajudar na recuperação, como ultrassom e laser, no caso de uma distensão muscular por exemplo. Nas lesões traumáticas graves, como a ruptura do cruzado ou uma fratura, um médico deve avaliar se o caso é cirúrgico ou não. Após a cirurgia, é necessário um tratamento específico para cada tipo de cirurgia, que normalmente envolve fortalecimento e reestabelecimento da amplitude articular.