MOTOR

Vendas de veículos somam 2,06 milhões e caem 26,2% em 2020

Desde 2015, primeiro ano da última recessão e quando o consumo de veículos recuou 26,6%.

Em 05/01/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Divulgação

Desde 2015, primeiro ano da última recessão e quando o consumo de veículos recuou 26,6%, o mercado não registrava queda tão acentuada.

Em um ano de restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, as vendas de veículos novos no País caíram 26,2% em 2020 ante o ano interior, no maior tombo desde 2015, quando a causa da crise foi a recessão doméstica. Balanço divulgado nesta terça-feira, 5, pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, mostra que 2,06 milhões de veículos foram vendidos no ano passado.

O total engloba carros de passeio, utilitários leves, como picapes e vans, caminhões e ônibus. No mês passado, as vendas foram as melhores do ano, com 244 mil unidades emplacadas, uma alta de 8,4% frente a novembro, recorde de 2020 até então. Na comparação com dezembro de 2019, o mercado mostrou, porém, queda de 7,1%.

Com a reabertura das concessionárias após a flexibilização das quarentenas, o consumo de veículos engatou uma arrancada em junho, subindo mês a mês até chegar ao recorde de dezembro. A retomada vem sendo, contudo, contida por uma produção limitada por insuficiência de peças, repasses de reajustes das matérias-primas e protocolos de prevenção que fazem as fábricas trabalharem com menos operários simultaneamente.

Desempenho

Ao comentar o desempenho do setor no ano passado, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, destacou o efeito positivo vindo, a partir do segundo semestre, do auxílio emergencial, da baixa taxa de juros, e da melhora da oferta de crédito em razão da inadimplência em situação controlada nas carteiras dos bancos.

“O mercado só não foi melhor em função da crise enfrentada pelas montadoras, que tiveram problemas com falta de peças e componentes, além das regras para manter o distanciamento social nas unidades fabris”, comentou, em nota, o executivo.

Desde 2015, primeiro ano da última recessão e quando o consumo de veículos recuou 26,6%, o mercado não registrava queda tão acentuada.

Desagregando o resultado de 2020 por categoria, as vendas de carros de passeio e utilitários leves somaram 1,95 milhão de unidades, com queda de 26,6%. A General Motors (GM), responsável por 17,35% desse total, ficou com a liderança do mercado pelo quinto ano seguido. Na sequência, aparecem Volkswagen (16,8%), Fiat (16,5%) e Hyundai (8,6%).

As vendas de caminhões, um total de 89,2 mil unidades no ano passado, caíram 12,3% na comparação com 2019. Segundo Alarico, os fabricantes de caminhões tiveram muita dificuldade para atender a demanda por conta da queda de produção forçada pela pandemia.

Ainda nas estatísticas da Fenabrave, as vendas de ônibus caíram 33%, para 18,2 mil unidades. O segmento foi o mais atingido pela pandemia, em decorrência das restrições nas viagens turísticas por rodovias e maior aversão ao transporte coletivo por conta do quadro de contaminações fora de controle.

Motos

Apesar da demanda gerada pelo boom dos serviços de entrega, decorrente do isolamento social, as vendas de motos novas no Brasil caíram 15% no ano passado. No total, 915,5 mil motocicletas foram vendidas em 2020, segundo o balanço da Fenabrave agora divulgado.

Ao comentar o resultado, Alarico Assumpção Júnior disse que, a exemplo dos demais segmentos automotivos, a queda de produção, em razão da pandemia, e dificuldades de abastecimento, resultando em falta de produtos no mercado, comprometeram o desempenho no ano passado. Ainda assim, ele destacou que, diferentemente de anos anteriores, houve boa oferta e aprovação de crédito, com taxas de juros “razoáveis”, no segmento duas rodas.

A Honda, líder com folga do mercado, foi a marca de 77,7% das motos vendidas no Brasil em 2020. Segunda colocada, a Yamaha teve 15,5% do mercado. Em dezembro, as vendas de motos no País, na soma de todas as marcas, subiram 10,5% na comparação com novembro. No comparativo com dezembro de 2019, o crescimento foi de 5%. (Estadão Conteúdo)