ECONOMIA INTERNACIONAL
Visita de Dilma aprofundará relações comerciais entre Brasil e México.
Embaixador Antônio Simões, do Ministério das Relações Exteriores, explicou os principais pontos da visita
Em 25/05/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O Brasil quer ampliar suas relações comerciais com o México. A ideia é promover a redução progressiva de barreiras tarifárias, de forma a expandir o já intenso comércio bilateral entre os dois países. O tema será discutido durante a primeira visita oficial de Estado da presidenta Dilma Rousseff ao México, nos próximos dias 26 e 27 de maio.
Atualmente, o Brasil é o segundo país que mais recebe investimentos mexicanos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. No total, a economia brasileira já recebeu cerca de U$$ 23 bilhões em investimentos mexicanos. “A realidade é que são as duas maiores economias da América Latina que devem, portanto, trabalhar mais em conjunto”, afirmou o embaixador Antônio Simões, subsecretário-geral da América do Sul, Central e Caribe do Itamaraty, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (22).
“A ideia é que a gente busque um novo horizonte comercial com o México. Exatamente o que vai ser esse novo horizonte nós vamos ter que ver na visita. Mas a ideia é justamente que a gente possa ter mais comércio, que a gente possa trabalhar para diminuir as barreiras aos produtos brasileiros e trabalhar, sobretudo, por essa expansão econômica”, acrescentou Antônio Simões.
Encontro de presidentes
O embaixador destacou que o encontro da presidenta Dilma com o presidente Peña Nieto será marcado pela assinatura de um acordo de cooperação e facilitação de investimentos, que – pela primeira vez – será assinado entre o Brasil e um País latino-americano.
Está prevista também a assinatura de um acordo de facilitação de transporte aéreo e de um memorando sobre cooperação turística. Atualmente, o México absorve cerca de 15% do turismo internacional, além de ser o principal destino turístico da América Latina.
Na parte mais geral da relação, os presidentes deverão relançar os trabalhos da chamada Comissão Binacional, que é chefiada pelos chanceleres dos dois países e reúne membros de vários ministérios. A comissão é composta de quatro subcomissões: uma política, outra econômica, comercial e financeira; a terceira de cooperação técnico-científica e, a última, de cooperação educativo-cultural.
Luta do Brasil contra fome é modelo para mexicanos
“Essa visita é fruto de um entendimento da presidenta como presidente Peña Nieto, no sentido de que há muitas convergências entre o Brasil e o México. Essas convergências se manifestam tanto no âmbito regional, por exemplo no âmbito da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), como também no campo global, em iniciativas, por exemplo, na luta contra a fome”.
Nesse sentido, disse Antônio Simões, o México lançou recentemente um programa com algumas características semelhantes ao Bolsa Família e tem trabalhado muito essa questão.
Investimentos
Os principais setores brasileiros beneficiados com os investimentos mexicanos são a produção industrial, alimentícia, bebidas, telecomunicações e sobretudo o setor automotivo, que responde por quase metade do comércio total entre Brasil e México. Apenas o comércio automotivo representa quase a metade do comércio total.
Em março passado, o acordo automotivo Brasil-México, renovado por mais quatro anos em maio passado, prevê que cada país exporte para o outro até US$ 1,56 bilhão, sem o pagamento de imposto de importação, durante 12meses. Após esse período, subirá 3% a cada ano.
Por outro lado, existe um crescente investimento brasileiro no país, que já movimenta US$ 2 bilhões. Simões destacou duas iniciativas. Uma é um polo petroquímico da brasileira Brasken com a mexicana Idesa. Trata-se do projeto Etileno 21, que envolve cerca de US$ 5 bilhões, no estado mexicano de Vera Cruz. A outra é um complexo siderúrgico da Gerdau, no estado de Idalgo, no valor de US$ 600 milhões.
Fonte: Blog do Planalto