ECONOMIA INTERNACIONAL

Vitória do Brexit no Reino Unido derruba as Bolsas em todo o planeta.

Os bancos eram os mais afetados pela queda generalizada.

Em 24/06/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A vitória do Brexit no referendo do Reino Unido abalou os mercados nesta sexta-feira (24), em particular as ações dos bancos, e provocou uma fuga dos investidores para os chamados valores refúgio.

A libra esterlina registrou o menor nível em relação ao dólar em 31 anos e era negociada no final da manhã a 1,3229 dólar, uma desvalorização de 10% a respeito do fechamento de quinta-feira.

As Bolsas europeias operavam com fortes baixa, mas um pouco menores que no início da sessão, sob o impacto da vitória dos partidários da saída do Reino Unido daa União Europeia (UE) no referendo de quinta-feira.

Às 10H10 GMT (7H10 de Brasília), o índice Footsie 100 de Londres caía 5,03%, o Dax 30 de Frankfurt 6,52%, o CAC 40 de Paris 8,32%, o FTSE-Mib de Milão 9,81% e o Ibex 35 de Madri 10,20%.

Na Ásia, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio registrou uma queda expressiva de 7,92%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong perdeu 2,92%.

"Os britânicos votaram (pelo Brexit), apesar das advertências da enorme maioria dos especialistas econômicos. Não há surpresa no fato de que esta manhã os resultados do referendo provoquem ressacas nos mercados financeiros globais", disse Daniel Vernazza, economista da Unicredit Research.

Os bancos eram os mais afetados pela queda generalizada.

Em Londres, o Royal Bank of Scotland (RBS) perdia 18,08%, o Barclays 18,64% e o Lloyds Banking Group 21,34%.

Em Madri, o Banco Santander, maior banco da Eurozona em capitalização e com o Reino Unido como seu principal mercado, perdia 18,63% e o BBVA recuava 15,93%.

O Banco Central Europeu (BCE) afirmou que o sistema bancário da Eurozona é "resistente em termos de capital e liquidez", ao mesmo tempo que se declarou disposto a aportar euros e outras divisas para ajustar as engrenagens de crédito.

"A vitória do Brexit é um dos maiores choques de todos os tempos", afirmou Joe Rundle, diretor de operações na Bolsa da ETX Capital.

"É difícil medir o alcance dos danos aos ativos, mas, no mínimo, podem ser os piores desde o Lehman Brothers", completou, em referência ao colapso do banco de Wall Street que em 2008 precipitou a crise financeira global.

O dólar chegou a ser negociado abaixo dos 100 ienes, a 99,02 ienes, pela primeira vez desde novembro de 2013, antes de recuperar terreno a 102 ienes.

A moeda japonesa é considerada um valor refúgio em momentos de incerteza, mas sua valorização prejudica o setor exportador, vital para a economia nipônica.

O ouro, valor refúgio por excelência, alcançou o maior valor desde 2014 e chegou a ser negociado a 1.359,08 dólares a onça.

As perdas também afetavam o setor de petróleo: o barril de West Texas Intermediate para entrega em agosto era negociado a US$ 48,69 no Intercontinental Exchange (ICE) de Londres, uma queda de 2,22 dólares em relação ao fechamento de quinta-feira.

Nas operações eletrônicas do New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de "light sweet crude" (WTI) para entrega em agosto tinha cotação 47,96 dólares, uma queda da US$ 2,15.

burs-avl-js/fp/AFP