Com as entregas de sábado, já são 2.244 escrituras nas mãos de famílias de Vitória, por meio da atual gestão da cidade, que iniciou o maior programa de regularização fundiária na cidade e retomou esse processo na região da Grande São Pedro.

A manhã do sábado (16) dificilmente será esquecida por 125 famílias do bairro São José, na Grande São Pedro. Elas receberem as escrituras de seus imóveis e, agora, podem dizer que são proprietárias e não apenas têm a posse dos seus imóveis. A entrega, feita pela Prefeitura de Vitória por meio da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), foi realizada na Emef Tancredo de Almeida Neves e teve a presença do prefeito Lorenzo Pazolini.

"Retornamos a São José pela terceira vez entregando escrituras. A espera hoje se transformou em realidade. Vocês saem daqui com muito mais que um papel. É uma história de dor, sofrimento e descaso que se transforma em alegria. Hoje, vocês voltam para casa e podem dizer que o imóvel é de vocês. Não é um presente, é uma conquista. Quando começamos a falar em escritura aqui na região, o que eu mais ouvia era que as pessoas não conseguiam mais acreditar, de tanto tempo em que foram enganadas. Hoje estamos reescrevendo e ressignificamos essa história, realizando sonhos de décadas. Os senhores e senhoras saem daqui hoje com a escritura nas mãos sem pagar taxa, sem precisar ir ao cartório. Celebrem essa conquista", destacou o prefeito.

Também presente na solenidade, o secretário de Desenvolvimento da Cidade e Habitação, Marcelo de Oliveira, ressaltou o processo de quase 20 anos que se arrastava para a entrega das escrituras e a agilidade da gestão para resolver as pendências e poder concretizar os sonhos de tantas famílias.

"Esse processo de regularização fundiária aqui na região se iniciou em 2004, junto com as promessas de que vocês receberiam essa escritura. No final de 2020, 16 anos depois e no final da antiga gestão, a União procurou a Prefeitura e perguntou se havia interesse público em continuar a cessão para fazer a regularização fundiária. Não houve resposta e esses terrenos voltaram para a União. Em abril de 2021, iniciamos a conversa com o governo federal, por meio da Secretaria de Patrimônio da União. No dia 29 de dezembro, o prefeito estava assinando o termo de doação da área para que pudéssemos fazer as entregas. A área foi doada para a Prefeitura, que está doando para vocês, sem cobrança de taxa", afirmou.

Realizando sonhos

Entre os beneficiados com as escrituras, histórias de muitas décadas e de muitas lutas até receber o documento que regulariza o imóvel. Há 42 anos, o casal de aposentados Henrique dos Reis Couto e Zila Couto esperavam poder dizer que a casa onde moram é deles, oficialmente.

"É motivo de muita alegria, porque foi muito grande a espera, pra nós é um sonho realizado", disse seu Henrique.

Dona Zila contou que tomou um susto ao receber a ligação informando que ela seria beneficiada e receberia a escritura da casa.

"Foi muita luta para chegar até aqui, o sentimento é só gratidão. Graças a Deus. Tem 36 anos que moramos nessa casa e a gente não podia dizer que era nossa. Agora é nossa, isso é muito bom, só tenho que agradecer, mesmo. É muita luta aqui nesse São Pedro. Teve uma época que disseram que a Marinha ia tomar isso tudo, mas a gente acreditou que ia dar certo. Quando me ligaram, eu quase desmaiei e hoje estamos aqui. A nossa casa é nossa!", comemorou ela.

Também aguardando a escritura da casa há 42 anos, a cozinheira Evanete Bausen, com o documento em mãos, só sabia sorrir.

"O sentimento é de dignidade, de respeito. Muitas vezes a gente não sabia se a casa onde a gente estava dormindo era nossa, tinha medo de alguém vir e tomar. Eu moro em São Pedro tem 42 anos, desde os meus 8 anos. Teve um momento que não acreditei mais que ia acontecer. Começou com a minha família e eu hoje estou aqui, com o documento na minha mão. É uma vitória", festejou.

Dona Maria das Graças Maciel, já aposentada, não soube precisar há quantos anos aguardava para poder chamar de sua a casa onde mora. Nos olhos, a emoção de ser a proprietária, de direito, de seu imóvel.

"Tem bastante tempo, muito mesmo. É uma coisa que queria muito, a gente se sente mais seguro. Moro sozinha, agora eu sei que a casa é minha", comemorou.

Regularização fundiária

Com as entregas de sábado, já são 2.244 escrituras nas mãos de famílias de Vitória, por meio da atual gestão da cidade, que iniciou o maior programa de regularização fundiária na cidade e retomou esse processo na região da Grande São Pedro. A regularização garante aos cidadãos segurança jurídica e dignidade humana. Entre os bairros onde já foram realizadas entregas estão, além de São José, Santo André, Jaburu, Santa Helena e comunidade da Floresta.

A atual gestão da Prefeitura está atualizando o cadastro dos moradores de Santo André e São José que foram contemplados com o projeto. Serão mais de 1.300 famílias beneficiadas só na Grande São Pedro. (Secom/PMV)

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