SAÚDE

Vitória se torna "capital nacional" de estudos da Doença Falciforme.

Médicos e pesquisadores nacionais e internacionais discutem sintomas e diagnóstico da doença.

Em 04/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A partir desta quinta-feira, dia 5, Vitória vai se tornar a “capital nacional” de estudos da Doença Falciforme. Diversos médicos e pesquisadores nacionais e internacionais vão discutir os sintomas da enfermidade, que só no Espírito Santo conta com 940 pessoas em atendimento no SUS. As vítimas sofrem de dores nos ossos, sudorese, taquicardia, dores nas extremidades, febre alta e sucessivas infecções. O VIII Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme (DF) acontece até sábado, 7, no Centro de Convenções de Vitória.

Entre os grandes dilema da atualidade está o histórico alto potencial de incidência no Brasil, por conta de sua população negra e mestiça. No Estado, por exemplo, há uma concentração de pardos e negros da ordem de 57%, colocando os capixabas na lista dos grupos com probabilidade de desenvolvimento da DF.

A Doença Falciforme (DF)se caracteriza como uma enfermidade crônica, genética e hereditária. Tem origem milenar na África e resultou de uma mutação nas hemácias de povos daquele continente. Essas hemácias, em lugar do formato redondo, adquiriram a feição de uma foice – daí o nome da doença, falciforme –, que vem do inglês sickle (foice), haja vista que a sua descoberta por pesquisadores ocorreu nos EUA, há pouco mais de cem anos.

O VIII Simpósio de Doença Falciforme é aberto ao público, com inscrições no site www.8simposiodoencafalciforme.com.br, e servirá para agregar e compartilhar conhecimentos, pesquisas e as questões que permeiam a atenção às pessoas com a doença. O evento vai aprofundar exatamente o conceito de redes de atenção à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com especialistas, a doença exige atendimento na rede pública de saúde, cujo desafio é proporcionar o aprimoramento e a qualificação dos profissionais que atuam no SUS para conhecer, identificar e cuidar das pessoas com DF. O Ministério da Saúde reconhece a necessidade de investimentos e esforços para que o SUS saiba acolher o paciente em todos os seus níveis.

O simpósio terá na presidência geral a médica capixaba Cecília Figueira, da UFES, oncologista e estudiosa da DF. O comitê científico será presidido pelo médico Paulo Ivo Cortez de Araújo, hematologista do Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPMG/UFRJ), especialista em DF e assessor do Ministério da Saúde.

Fonte: Mile4