Volkswagen Polo terá painel 100% digital na versões mais caras

O modelo, apresentado recentemente na Europa, começa a ser vendido no Brasil no último trimestre deste ano.

A montadora ainda não divulgou preços nem quantas versões serão feitas e qual a configuração de cada uma, mas adiantou que elas terão tecnologias de segmentos superiores.

Isso será possível graças ao uso da versátil plataforma MQB, que estreou na atual geração do Golf, e que dá origem a carros de portes diferentes: do Polo a SUVs e uma futura picape.

"Nascidos" da mesma forma, esses veículos compartilham peças. o que também reduz o custo de desenvolvimento e permite a adoção de equipamentos mais sofisticados.

O Polo e o sedã Virtus, que chega ao mercado no 1º trimestre do ano que vem, deverão ser equipados com direção elétrica de série em todas as versões. Freios a disco nas 4 rodas e controle de tração serão itens básicos apenas nas versões TSI (motor turbo).

Mas o Polo terá sim opções com motor aspirado (MPI). Nestes casos, o controle de tração vira opcional, e os freios na traseira passam a usar o velho tambor. Isto para poder competir em uma faixa maior de preços, pegando clientes de Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Fiat Argo, por exemplo.

Outras tecnologias inéditas no segmento devem aparecer como opcionais, como bloqueio eletrônico do diferencial, limpeza automática dos discos de freio em situações de chuva, sistema de frenagem automática pós-colisão e indicador de perda de pressão dos pneus.

As rodas serão de 15, 16 ou 17 polegadas. O painel de instrumentos virtual de 10 polegadas e a central multimídia de 8 polegadas, sensível ao toque, deverão equipar as versões topo de linha.

Além do odômetro e do conta-giros, o painel replica funções da central, como mapas do navegador e músicas, e também exibe dados de consumo, recursos comuns em modelos mais caros, como os da "marca-irmã" Audi.

Além disso, a maioria dos novos modelos frutos da MQB será equipada com os propulsores turbo (TSI), que são menores em cilindradas, mas entregam maior potência, mais torque e economia de combustível.

Isso é um problema no Brasil, onde a Volkswagen ainda percebe um preconceito do consumidor com os motores menores, 1.0 por exemplo.

Por isto, os modelos TSI ganharão uma nova nomenclatura na carroceria, que reforçará o número do torque, não do tamanho do motor (1.0, 1.4 ou 2.0). O torque é a força que o carro possui para se colocar em movimento ao pisar no acelerador.

O Polo será o primeiro a estampar o nome “200 TSI” para o motor 1.0 turbo de 3 cilindros, que desenvolve 128 cavalos de potência.

Neste caso, o 200 representa o torque máximo em Nm (Newton por metro). O Nm não é a métrica mais usada no Brasil, que normalmente adota o kgfm para informar o torque.

A escolha foi feita porque o Nm dá um número mais “bonito” para o marketing – 200 Nm é a mesma coisa que 20,4 kgfm, por exemplo.

A montadora terá um desafio de explicar ao consumidor o que significa o número 200, sem confundir com um motor 2.0, que antigamente vinha com o nome “2000” em alguns modelos.

Com os próximos lançamentos, a marca visa aumentar a participação no mercado e mudar imagem de ser forte apenas em 'carros de entrada' no Brasil.