NEGÓCIOS
6 em 10 jovens não abrem mão do negócio próprio por carteira assinada.
95,3% dos jovens empreendedores possuem microempresas.
Em 26/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 6 em cada 10 (57,7%) empreendedores com idade entre 18 e 34 anos não aceitariam trocar a atividade que desempenham em suas empresas por um emprego formal que pagasse um salário compatível com o mercado, somado aos demais benefícios previstos pela CLT.
Outros 23% dos entrevistados até aceitariam a proposta, mas tentariam conciliar o novo emprego com a sua empresa e apenas 3,7% concordariam em abandonar a vida de empresário para virar um trabalhador assalariado.
O estudo do SPC revela que conciliar a função de empresário com outras atividades profissionais é uma prática adotada pela minoria dos jovens empreendedores, o que demonstra um interesse focado no desenvolvimento de suas empresas.
Segundo o levantamento, 81,1% não têm trabalho paralelo, 8,9% têm um emprego formal e 5,4% trabalham de modo informal para outra empresa.
Por tratar-se de um universo essencialmente jovem, a maior parte dos negócios ainda estão nos primeiros anos de vida: 21% atuam no mercado entre seis meses e um ano, enquanto 42,4% estão na ativa por um período que varia entre um e três anos.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a crise impacta a abertura de novas empresas em duas direções. “A proporção de empreendedores jovens com empresas montadas recentemente é expressiva. Essa realidade guarda relação com o que acontece no mercado de trabalho. Se, por um lado, a crise afeta a confiança dos consumidores e investidores, por outro ela fecha portas de empregos e com isso faz as pessoas buscarem alternativas de trabalho”, diz.
Dedicação integral
A pesquisa revela que 6 em cada 10 (59,9%) jovens empreendedores que exercem uma profissão paralela querem o desligamento de seus empregos para se dedicar de modo integral aos negócios.
A maior parte (46,9%), no entanto, admite que esse desejo só poderá se concretizar quando houver um faturamento que possibilite ganho igual ou maior ao que possuem atualmente.
Segundo a pesquisa, 10,7% das empresas comandadas por jovens empreendedores não sobrevivem de maneira independente e ainda precisam de aportes financeiros de outras fontes como sócios, amigos, ou investimentos pessoais para se manter em atividade.
Autonomia e independência
Para 15,7% dos entrevistados, ser empreendedor é sinônimo de não ter patrão; para 13,2% é ter o seu próprio negócio, mas ter de pagar impostos; para 6,7% é ter independência financeira; para 4,7% é ser guerreiro e se superar diante das dificuldades; e para 4,3% é contribuir para o crescimento do país a partir da geração de empregos.
Autoconfiança
Segundo a pesquisa, 88% se sentem confiantes para administrar seus negócios. Questionados sobre uma série de atributos relacionados à gestão do negócio, sendo que para cada quesito era preciso dar nota de 1 a 10, o levantamento mostra que os jovens empreendedores se enxergam como empresários que exercem suas atividades de liderança de modo eficiente. À exceção do item marketing e comunicação (7,6), em todas as áreas a média das notas foi superior a 8,0, com destaque para a capacidade e autoconfiança para administrar seu negócio com excelência (8,4), desenvoltura para vendas (8,2) e capacidade de inovação (8,1).
Informalidade
A maioria absoluta (95,3%) dos jovens empreendedores possui microempresas, pois atuam com até nove funcionários e mais de metade (55,7%) fatura até R$ 60 mil por ano. Quanto ao regime de tributação adotado pelos jovens empreendedores, a pesquisa revela que 53,5% são optantes do Simples, mas um número expressivo de 26,8% dos entrevistados admite atuar na informalidade, sobretudo as mulheres (30,8%) e os que possuem no máximo o ensino médio (32,9%).
Perfil por gênero
A proporção de homens (50,1%) e mulheres (49,9%) que decidem aprender é praticamente igual. No entanto, na hora de escolher o ramo de atuação, as diferenças entre os gêneros aparecem. Enquanto os homens dão prioridade a atividades como tecnologia, vendas e assistência técnica de eletroeletrônicos, oficina mecânica e distribuição de água e gás, as mulheres investem mais em cuidados com a beleza, vestuário, bomboniere, confeitaria, artesanato e costura.
Segundo aponta o levantamento, 53,9% dos negócios estão no comércio (aumentando para 58,3% entre as mulheres), enquanto 46,1% se encaixam na prestação de serviços (aumentando para 50,5% entre os homens).
Fonte:PEGN/G1