NEGÓCIOS

Cresce o faturamento das micro e pequenas empresas

Empreendedores mostram intenção de investir e contratar nos próximos 12 meses.

Em 13/11/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Sebrae/Reprodução

Principal termômetro das intenções de compra do consumidor, as micro e pequenas empresas do país demonstraram o maior índice de otimismo, neste ano, na ‘Sondagem Conjuntural’ do Sebrae. Realizada a cada três meses, a pesquisa mensura as intenções de investimento no próprio negócio e a expectativa de faturamento e de contratações para os próximos 12 meses. Ao todo, foram entrevistados 2.992 empreendedores, entre 11 e 18 de setembro. O estudo apontou que 62% projetam lucrar mais, 58% pretendem investir e 35%, contratar. Em relação à intenção de admissão de funcionários, o número é o maior desde o início da série histórica, em março de 2017.

Segundo Renato Regazzi, gerente do Sebrae, a expectativa das micro e pequenas empresas é o principal sensor para avaliar o poder de compra dos consumidores.

“Se os proprietários dessas empresas estão otimistas, é sinal de que estão vendendo mais. A relação dessas empresas com os clientes finais é direta, no próprio balcão de loja”, explica Regazzi.

O empreendedor Valcir de Carvalho Domingues, de 37 anos, conta que os clientes estão voltando a consumir. Ele é proprietário de duas clínicas de odontologia, em Campo Grande e Madureira, e acaba de inaugurar uma barbearia em Ipanema. Em um mês de funcionamento da Barbarus, que fica na Praça General Osório, o resultado positivo já sinaliza uma oportunidade de expansão.

“Inauguramos a barbearia e, com os bons resultados, já estamos planejando abrir uma filial em janeiro. Em relação às clínicas, em outubro tivemos o melhor resultado em dois anos de funcionamento”, diz Valcir.

Tanto nas classes C e D, que atende nas clínicas, quanto na classe A, de Ipanema, Valcir Domingues percebe a confiança retornando na praça. “Sinto que os clientes estão começando a soltar o freio na hora de consumir”, aponta Valcir.

Segundo o gerente do Sebrae Renato Regazzi, a intenção de contratação de funcionários, apontada por 35% dos entrevistados, é o maior reflexo de aumento da confiança no mercado.

“Essa taxa é recorde desde o início da pesquisa. A confiança gera um círculo vicioso. As pessoas compram mais e aumentam a necessidade de produção das empresas, que precisam contratar funcionários para dar conta da demanda”.

Segundo o Sebrae, as micro e pequenas empresas foram responsáveis pela criação de 90% das vagas com carteira assinada este ano no país: foram 670 mil postos de trabalho, superando todo o saldo verificado em 2018.

Óleo e gás e construção em alta no Rio

A pesquisa ‘Sondagem Conjuntural’ apontou que, no Estado do Rio, os segmentos que registraram maior projeção de expansão de negócios e empregos nos próximos 12 meses foram os de petróleo e gás e o da construção civil. Na área de energia, a geração de oportunidades está relacionada com o megaleilão das áreas do pré-sal no início do mês.

“As projeções do mercado são de 50 mil vagas de trabalho no Rio nos próximos quatro anos. E as micro e pequenas empresas atuam na cadeia, desde o fornecimento de uniformes a maquinário”, diz o gerente do Sebrae Renato Regazzi.

No ramo da construção civil, a projeção otimista está relacionada à provável queda de juros para financiamentos imobiliários.