SAÚDE

Dia Mundial da Síndrome de Down: por inclusão e conscientização

Entenda a importância da estimulação precoce para desenvolver bebês e crianças com a condição.

Em 19/03/2025 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: FREEPIK

A fonoaudióloga especializada em transtornos de linguagem e CEO da Clínica Life, Dra. Juliana Gomes, explica como terapias especializadas auxiliam na comunicação, coordenação motora e qualidade de vida dos pacientes.


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No dia 21 de março, é celebrado o "Dia Mundial da Síndrome de Down", data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reforçar a importância da inclusão, do acesso a tratamentos especializados e da conscientização sobre a condição. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência da trissomia do cromossomo 21 ocorre em aproximadamente 1 a cada 1.000 nascidos vivos no mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que cerca de 300 mil pessoas tenham a síndrome. No Espírito Santo, são aproximadamente 5 mil pessoas.

A Síndrome de Down é uma alteração genética causada pela presença de um cromossomo extra no par 21, impactando aspectos físicos, motores e cognitivos do desenvolvimento. Em muitos casos, o diagnóstico é feito ainda durante a gestação, por meio de exames como a ultrassonografia morfológica e o cariótipo fetal. No entanto, há situações em que os pais recebem a notícia somente após o parto, o que pode gerar dúvidas e insegurança sobre os cuidados necessários.

Informação e acolhimento

A fonoaudióloga especializada em transtornos de linguagem e CEO da Clínica Life, que fica localizada em Laranjeiras, Serra, Dra. Juliana Gomes, explica que a informação e o acolhimento são fundamentais nesse momento, ajudando as famílias a compreenderem que a criança pode ter um desenvolvimento pleno, estudar, socializar e conquistar autonomia.

“A estimulação adequada e o acesso a terapias especializadas são essenciais para que a criança se desenvolva com qualidade de vida. Quanto mais cedo o acompanhamento começa, maiores são os benefícios no longo prazo.”

Estimulação precoce

A estimulação precoce tem um papel essencial no desenvolvimento motor, cognitivo e emocional da criança com Síndrome de Down. Ela engloba uma série de terapias que auxiliam no fortalecimento muscular, na aquisição da linguagem, na coordenação motora e na autonomia nas atividades diárias.


Segundo a Dra. Juliana Gomes, em muitos casos, o diagnóstico de Síndrome de Down é feito ainda durante a gestação. Foto: Magda Sirtoli/Divulgção

Juliana destaca que muitas crianças com a condição apresentam hipotonia muscular, uma flacidez que afeta a mastigação, a deglutição e a fala.

“O trabalho fonoaudiológico é fundamental para fortalecer os músculos da face, facilitando a comunicação e a alimentação da criança. Além disso, a terapia auxilia na melhor articulação das palavras contribuindo para aquisição de fala e linguagem.”

Além dos exercícios, outra estratégia utilizada para potencializar a comunicação da criança é a Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), que pode incluir o uso de gestos, figuras, pranchas de comunicação e aplicativos específicos.

“A comunicação alternativa facilita a interação da criança com os pais e com o mundo ao seu redor, permitindo que ela expresse vontades, sentimentos e necessidades antes mesmo de desenvolver a fala.”

A terapia ocupacional também tem um papel essencial na conquista da autonomia nas atividades diárias, como segurar um copo, usar talheres e brincar de forma independente.

“Nos primeiros anos de vida, essas habilidades são estimuladas para que a criança desenvolva maior independência e participação na sociedade”, acrescenta Juliana.

A especialista reforça que outras áreas da saúde podem ser fundamentais no acompanhamento, como fisioterapia, para fortalecimento muscular global, e psicologia, para favorecer a adaptação e o desenvolvimento socioemocional.

Início das terapias

A fonoaudióloga destaca que o momento ideal para iniciar as terapias é o mais cedo possível, garantindo que a criança tenha suporte desde os primeiros meses de vida.

“O mais importante é que os pais busquem informação e apoio especializado assim que o diagnóstico for confirmado. Quanto antes começarmos a estimulação, mais impacto positivo teremos no desenvolvimento da criança.”

As principais terapias oferecidas na Clínica Life para estes pacientes incluem fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia e acompanhamento psicológico, sempre adaptadas às necessidades individuais de cada um. (Por Paula de Paula/AsImp)

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