SAÚDE
Dia Nacional do Combate à Cegueira pelo Glaucoma
A data lembra a importância do cão-guia na autonomia de quem perdeu a visão.
Em 26/05/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Em todo o mundo, a doença é a principal causa de cegueira e deve afetar 80 milhões de pessoas até o final de 2020. O alerta é da Organização Mundial da Saúde, cuja estimativa é que o glaucoma atinja 111,5 milhões até 2040, mas os casos podem ser evitados ou tratados.
A patologia é causada principalmente pela degeneração do nervo óptico (estrutura que envia as imagens do olho para o cérebro), normalmente associada ao aumento da pressão intraocular. No entanto, também tem seu fator de risco aumentado quando relacionado a pessoas da raça negra e oriental, idade (acima 60 anos), altas ametropias, que são defeitos de visão decorrentes da focalização inadequada da luz que chega à retina, e pessoas com histórico da doença na família. Segundo o doutor Alexandre Misawa, oftalmologista do Hospital HSANP e da Clínica IMUVI, de São Paulo, a doença, na maior parte dos casos, não provoca sintoma visual de início, e a pressão intraocular elevada pode não apresentar sinais como dor e baixa visão, exceto nos casos agudos.
“A forma mais comum, que é o glaucoma de angulo aberto, atinge pessoas acima de 40 anos, mas este fato não descarta também a possibilidade do paciente abaixo desta faixa etária apresentarem a doença Por isso, a aferição da pressão precisa ser realizada, independentemente da idade, mas de forma rotineira a partir dos 40 anos”, completa Misawa.
Parceria para a vida
Apesar de muitas vezes ser “silenciosa”, por falta de sintomas, o glaucoma pode ser evitado, em alguns casos, a partir de hábitos que influenciam na pressão ocular, como por exemplo, a prática de exercícios físicos, que ajudam a diminuir a pressão arterial e a regular o fluxo sanguíneo. Além disso, como reforça o oftalmologista Rodrigo Favo, do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), a melhor forma de evitar a enfermidade é a prevenção.
“Consultar o médico oftalmologista anualmente vai fazer toda a diferença. Somente nas consultas de rotina, por meio de exames oftalmológicos, podemos identificar os pacientes que têm o risco de fato”, completa Favo.
Como a maioria dos casos demonstram apenas a perda gradativa da visão periférica, a cegueira total acontece com o passar dos anos, por isso a readaptação da pessoa com glaucoma é extremamente importante para a manutenção do bem-estar, da autoestima e independência. Nesse sentido, o Banco de Olhos de Sorocaba, (BOS) realiza um trabalho que é referência desde a prevenção, o diagnóstico e tratamento até a reabilitação de pessoas que perderam a visão.
Para otimizar os resultados com os pacientes, o BOS mantém parceria com o Instituto Magnus, que é reconhecido por formar e doar cães-guias, que contribuem para a inclusão social da pessoa com deficiência visual. O trabalho conjunto teve início no final de 2018, e tem como objetivo oferecer mais uma ferramenta o cão-guia, à possíveis candidatos, sendo uma etapa complementar e essencial que auxilia também as pessoas que perderam a visão, entre elas, vítimas do glaucoma.
Marcos Nakagawa, de 36 anos, perdeu totalmente a visão, em setembro de 2013, devido ao Glaucoma Corticogênico (causado por corticoide), após uma cirurgia para corrigir miopia, seguida de uma provável imperícia.
“Três anos após o ocorrido, felizmente tive a oportunidade de fazer parte de uma das turmas do Instituto Magnus e hoje tenho um ‘parceiraço’, que é o Johnny. Ele não apenas me guia e me ajuda nos trajetos. Ele me faz uma pessoa melhor, mais paciente, amorosa e comunicativa”, conclui Nakagawa. (Por Maíra Fernandes
Assessora de Imprensa)