CIÊNCIA & TECNOLOGIA

Estação espacial lança satélite brasileiro de pequeno porte

Missão do Cubesat AESP-14 será validar subsistemas desenvolvidos por alunos.

Em 05/02/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O cubesat AESP-14, primeiro satélite de pequeno porte 100% desenvolvido no País, foi lançado ao espaço nesta quinta-feira (5), às 10h30 (horário de Brasília), a partir da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

Com as dimensões de um cubo com 10 centímetros de lado e pesando quase um quilo, foi produzido em parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ambos em São José dos Campos (SP).

Sua missão é validar subsistemas desenvolvidos por alunos de graduação e pós-graduação do ITA.No momento do lançamento o laboratório científico estava nas proximidades do continente africano.

A colocação do AESP-14 no espaço foi realizada por meio do dispositivo japonês JEM Small Satellite Orbital Deployer (J-SSOD), um lançador desenvolvido para satélites de pequeno porte.

O modem tem potência de 500 mW operando na frequência de 437.600 MHz. O cubesat transmitirá informações com uma taxa de 9600 bps padrão G3RUH na modulação GFSK. Para a comunidade radioamadora, receber os frames de telemetria e decodificá-los, o documento básico está disponível no site do projeto AESP-14.

Elaboração

O experimento radioamadorístico do AESP-14 foi elaborado pelo professor e radioamador Douglas Santos (PY2DGS) e pelos integrantes do Clube de Radioamadores de Americana (Cram) Adinei Brochi (PY2ADN), William Schauff (PY2GN), Hamilton Horta (PY2NI), Junior Zappia (PU2LAA), João Ferreira (PY2JF), Demilson Quintão (PY2UEP) e Edson Pereira (PY2SDR).

O experimento do Cram consiste na transmissão de 100 sequências aleatórias (strings MD5) armazenadas na memória do satélite. Elas serão usadas em um conteste entre as estações radioamadoras receptoras e também como uma espécie de álbum de figurinhas online.

As imagens do álbum serão escolhidas de forma que sejam relevantes para as áreas de ensino do projeto STEM Brasil (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), um projeto desenvolvido entre radioamadores e instituições de ensino.

A Agência Espacial Brasileira (AEB) investiu R$ 250 mil no desenvolvimento do satélite, cabendo ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) o aporte de R$ 150 mil em bolsas para pesquisas. A AEB ainda financiou US$ 555 mil para os lançamentos do AESP-14, do Sistema Espacial para a Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites (Serpens) e NanossatC-Br1, este já no espaço desde 2014.

Fontes: Agência Espacial Brasileira