Gerações antigas de carros fazem sucesso como zero km

O país é um exemplo de como a atual geração de um veículo pode conviver com opções anteriores - e em alguns casos, vender mais do que a opção mais recente. O G1 esteve lá para o lançamento do Audi A7, na Cidade do Cabo.

Um exemplo dessa convivência "amistosa" é o Volkswagen Citi, nome que a filial sul-africana deu para o Golf de primeira geração, descontinuado na Europa em 1983. Na África do Sul, o modelo ficou em linha – junto com as gerações seguintes – até 2009, quando deixou de ser produzido depois de quase 400 mil exemplares saírem da fábrica.

Não é preciso andar muito para cruzar com algum Citi na Cidade do Cabo – nos mais variados estados de conservação. Ele foi oferecido com diversas motorizações, 1.4, 1.6 e 1.8. Em seus últimos anos, seu interior era baseado no do Polo.

Falando no Polo, os sul-africanos acabaram de ganhar a sexta geração do modelo – vendida no Brasil desde setembro. No entanto, a versão anterior continua sendo vendida, com o sobrenome Vivo.

A situação não é exatamente nova. A quinta geração (que nunca chegou ao Brasil) convivia o Polo de quarta geração (que foi vendido no Brasil até 2014).

Curiosamente, o Vivo tem resultados melhores do que o Polo “sem sobrenome”. Em 2017, foi o carro mais vendido do pais, com 28,4 mil unidades. A versão mais nova ficou em segundo lugar, com 22,5 mil.

Como comparação, o Polo Vivo custa entre 180 mil (R$ 48,8 mil) e 245 mil rands (R$ 66,5 mil). Já o novo Polo vai de 235,9 mil (R$ 64 mil) a 286,2 mil rands (R$ 77,7 mil).

Outro modelo que aparece entre os mais vendidos na África do Sul é o Corolla.... acompanhado do sobrenome Quest. Não sabe o que quer dizer? Simples, é a geração anterior do sedã japonês, que deixou de ser vendida no Brasil em 2014.

Lá ela não só continua existindo, como vai muito bem, obrigado. Foi o quinto modelo mais emplacado no país no ano passado, com 12,3 mil unidades emplacadas. A geração atual sequer apareceu entre os 10 primeiros - foi apenas a 11ª colocada, com 6,4 mil veículos.

O Corolla Quest básico custa menos do que um Polo (o novo) de entrada. São três versões, todas com motor 1.6 de 122 cv. O câmbio pode ser manual de 5 marchas ou automático, de 4 velocidades.

O desenho é basicamente o mesmo do veículo que era produzido e comercializado por aqui – a principal diferença é a lanterna com lentes transparentes. A configuração mais básica ainda tem calotas e volante sem comandos de som.

Os preços vão de 212,7 mil rands a 229,4 mil rands. Na conversão, equivalem de R$ 58,3 mil a R$ 62,9 mil.

Com o Etios, há uma situação semelhante. Só há uma geração do compacto, mas ela já passou por uma reestilização. No mercado sul-africano, as opções de entrada possuem visual antigo, enquanto as mais caras saem de fábrica na nova versão.

O subcompacto Hyundai i10 não é vendido no Brasil. Ele tem porte semelhante ao de Renault Kwid e Fiat Mobi, e foi lançado em 2007. Ganhou uma nova geração em 2014, mas isso não impediu de filial sul-africana da fabricante manter os dois modelos à venda.

Para resolver a questão dos nomes, ao contrário de Toyota e Volkswagen, que deram “sobrenomes” aos modelos antigos, a Hyundai resolveu chamar o novo carro de Grand i10.