NEGÓCIOS

Importações capixabas têm o pior resultado dos últimos 10 anos.

Redução do consumo do mercado interno e oscilação do câmbio refletiram nos piores dois meses.

Em 04/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

As importações capixabas fecharam os dois primeiros meses de 2016 com o pior resultado dos últimos 10 anos: somaram US$ 616 milhões e acumulam queda de 34% em relação ao mesmo período do ano passado. Nas exportações, o resultado de US$ 1,12 bilhão foi o terceiro pior da década. Os dados são do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado (Sindiex).

Os produtos que mais contribuíram com a queda do montante das importações foram vestuário (-57%), automóveis e suas partes (-54%), equipamentos elétricos e para telefonia (-39%) e máquinas e equipamentos (-30%). O único produto importado que teve variação positiva em relação aos dois primeiros meses do ano passado foi carvão mineral, utilizado nas operações da ArcelorMittal, com alta de 2%.  

Nas exportações, os números negativos foram de produtos como minério de ferro (-62%), petróleo (-61%), produtos de ferro e aço (-28%) e mármore, granito e outras pedras (-2%). Somente a celulose contribuiu positivamente para os dados de exportações capixabas, com alta de 27%. As vendas para outros países acumulam queda de 31% em relação ao mesmo período do ano passado, quando os negócios somaram US$ 1,63 bilhão.

O presidente do Sindiex, Marcilio Rodrigues Machado, destaca que os números negativos são resultado de um conjunto de fatores. “Além de termos uma crise política e econômica instalada no país, houve grande redução do consumo no mercado interno e queda na taxa de investimento no país. A taxa de investimento hoje é de aproximadamente 17% do PIB, muito menor do que outros países emergentes. Para termos um crescimento de 5% do PIB, teríamos que ter uma taxa de investimento próxima de 25% do PIB. Sem confiança fica difícil aumentar a taxa de investimento.  No momento que estamos vivendo, não poderíamos esperar resultados positivos para o comércio exterior capixaba”, explica.

Machado lembra, ainda, que os principais desafios do setor, atualmente, são de conseguir prever negócios nos próximos meses com a alta volatilidade do câmbio e tentar solucionar o problema de infraestrutura portuária, um grande empecilho para a realização de negócios no país.

Fonte: C2 Comunicação