NEGÓCIOS
Indústria têxtil capixaba projeta queda nominal de 4%.
Projeção foi anunciada pela Câmara Setorial da Indústria do Vestuário da Findes.
Em 30/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O segundo semestre é um período de otimismo para a Cadeia do Vestuário. Nesta época, aproxima-se o Natal, data que melhor movimenta a indústria de moda e calçados, somado ao verão, que segundo o presidente da Câmara do Vestuário da Findes, José Carlos Bergamin, devido ao Brasil ser um país tropical, com longa temporada de calor, o consumidor, diferente do Europeu e Americano, comprar roupas desta estação.
Apesar deste cenário favorável de fim de ano, a retomada do crescimento ainda não será desta vez. Segundo Bergamin, ainda que a comparação seja em relação ao mesmo período do ano passado, quando o desaquecimento já acontecia, com a ressaca da Copa do Mundo e das eleições, a previsão é que o setor opere com queda nominal de 4% neste segundo semestre.
Uma explicação para o número negativo é que a indústria depende do varejo e o varejo enfrenta dificuldades, como o endividamento das famílias, inadimplência, juros, menos crédito e o avanço do desemprego. Como consequência, o comércio investe menos na formação de estoques, não abre novas lojas e outras fecham as portas, sinalizando negativamente para a indústria. “Os consumidores não estão comprando com a mesma emoção de antes. Procuram por peças alternativas, de menor preço e fazem compras em mais vezes porém em menor quantidade. Estão substituindo o intangível pelo tangível, pelo mais básico de bom gosto e que tenha vida mais longa,” salienta Bergamin.
Sobretudo, os lojistas já fizeram suas encomendas à indústria, que deve efetuar as entregas até o fim de novembro. “Esperamos um Natal razoável para o comércio voltar a encomendar no início de 2016. A indústria já saiu de 2015 e colocou 2016, que será, igualmente, muito difícil para toda a economia”, acrescenta o presidente da Câmara, que avalia ainda que são muitos os entraves. “Produzindo pouco o custo sobe e somando a isso, o encarecimento dos insumos devido à alta do dólar, juros, energia elétrica e, considerando que nada pode ser repassado para o preço, não há gestor que encontre a fórmula de rentabilizar os negócios”, afirma.
Para a presidente do Sinconfec, Clara Thaís Rezende, o país passa por um período de pessimismo que faz com que tudo retraia. “Nós, seres humanos somos 80% emocionais e nos afetamos pelo pessimismo. Quando um setor não vai bem, o outro acaba indo pelo mesmo caminho, pois funcionamos como uma cadeia”, avalia a presidente.
Por sua vez, a indústria de calçados aguarda um decréscimo de 3% no segundo semestre, que para o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo (Sindicalçados), Altamir Alves Martins, não representa uma queda tão significativa. “O mercado de calçados é bastante dinâmico. Algumas empresas devem fechar com saldo positivo, outras não. Mas no geral o segmento está conseguindo manter um equilíbrio diante da crise”, avalia.
Desemprego
O desemprego também já afeta a indústria do vestuário, que é responsável pela geração de 21 mil trabalhos diretos e 30 mil indiretos. De acordo com a última pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, no Espírito Santo, no acumulado de setembro do ano passado até o mesmo mês neste ano, o saldo é de menos 35.812 empregos celetistas no Estado. Sendo a indústria de transformação responsável por menos 3.897 cargos.
Fonte: Iá! Comunicação