Maternidade Pró-Matre fecha as portas pela quarta vez, em Vitória(ES).

A Maternidade Pró-Matre, em Vitória, fechou as portas pela quarta vez na noite desta quarta-feira (15). Após a assinatura do novo contrato com o governo do estado, a direção do hospital informou que esperava o pagamento da verba até sexta-feira (10), o que não aconteceu. O diretor Hélcio Couto disse, no entanto, que o atendimento para os pacientes já internados não foi prejudicado. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) informou que a situação será regularizada.

A Pró-Matre vem sofrendo diversos problemas por conta dos salários dos funcionários. Os 60 profissionais que atuam no local reclamam que desde janeiro de 2015 não são remunerados. Somente no mês de março deste ano, a maternidade interrompeu o atendimento três vezes, pelo mesmo motivo. De acordo com a unidade, somente o governo do estado e o Sistema Único de Saúde (SUS) devem ao hospital o valor de R$ 1,3 milhão.

De acordo com Hélcio Couto, o estado deve repassar R$ 236 mil ainda nesta quinta-feira. “Se o valor for pago, vamos conversar com os pediatras e contratar pelo menos mais dois. Temos 10 trabalhando, mas é preciso de 15 para o hospital funcionar bem. Além dos partos, temos a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), que demanda atenção”, destacou.

Situação
Com uma dívida de R$ 5 milhões, a Maternidade Pró-Matre está entre os 43 hospitais filantrópicos do estado que correm risco de fechar. Nessas instituições, médicos e funcionários estão com pagamentos atrasados, e até mesmo insumos e materiais estão com quantidades reduzidas. Caso isso aconteça, mais de 60% dos casos de média e alta complexidade terão atendimento prejudicado.

O problema envolve escassez de recursos no estado, o que reflete, também, na saúde que recebeu o total de pouco mais de R$ 2 bilhões, quantidade inferior as dos últimos anos. Aliado a isso, há uma dívida de R$ 100 milhões com diversos segmentos. Dessa quantia, cerca de R$ 68 milhões são com os hospitais filantrópicos.

Integrante da lista de unidades que correm risco de fechar, a Pró-Matre é uma opção para muitas mães. Ela é uma instituição filantrópica que existe há 76 anos e muita gente depende dos serviços prestados no local. Cerca de 400 partos são realizados todo mês.

Outro lado
A gerente de Reguçarização Assistencial da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Maria Gorete dos Santos, informou que os pagamentos começarão a ser regularizados dentro de cinco dias úteis.

"A dependência do pagamento da Pró-Matre eram as certidões negativas e nesta quarta regularizaram a situação, entregaram as certidões para o estado, na secretaria, e vamos começar a partir de agora os pagamentos normais deles. Vamos tentar até agilizar essa situação. Agora, até o fim do contrato, a verba será disponibilizada para o hospital todo mês", disse.

Fonte: G1-ES