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Ruínas de igreja do século XIX estão abandonadas no ES
Secult falou que tem dois projetos para o sítio histórico de Queimado.
Em 12/12/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

As ruínas da Igreja de São José do Queimado, construída no século XIX, no município da Serra, na Grande Vitória, estão abandonadas. Antes uma vila com cinco mil moradores, o distrito de Queimado, a 20 quilômetros de Vitória, é, hoje, uma paisagem com fazendas de gado e um presídio. A Secretaria Estadual de Cultura (Secult) informou que tem dois projetos para o sítio histórico de Queimado, sendo um de restauração definitiva e outro para contenção das ruínas.
Cerca de 300 escravos trabalharam na construção da igreja, mas eles tinham a esperança de que, em troca do serviço, ganhariam a liberdade. Como isso não aconteceu, no dia da inauguração, 19 de março de 1849, eles invadiram a igreja, interromperam a missa e começaram uma revolta que marcou a escravidão no Brasil.
"Armados com facão, com armas, com rifles e tudo mais. Quando eles saíram, eles foram pelas fazendas da região, pelos sítios da região, arregimentando todos os outros negros e, com isso, foram organizando uma grande revolta", contou o historiador Clério José Borges. Tropas foram enviadas do Rio de Janeiro para conter a revolta que durou quatro dias e terminou com a derrota dos escravos.
Para garantir a preservação o sítio histórico de Queimado, ele foi tombado pelo Conselho Estadual de Cultura. Mesmo assim, na parte interna da igreja é impossível hoje ver o piso, por conta do mato que cobre todo o local. Além disso, as paredes estão inclinando e os cabos de aço que dão sustentação às ruínas podem não suportar mais o peso. “A qualquer momento, vai cair, vai ruir. E se tivermos as chuvas que nós costumamos ter no verão, não resiste, não tem como resistir isso aqui", afirmou o jornalista Aurélio Carlos de Moura.
Segundo a Secult, há dois projetos para o sítio histórico. Um, para restauração definitiva do local, está em fase de análise do orçamento das empresas que podem executar a obra. Já o outro, para a contenção das ruínas, vai ser feito por meio de um convênio com a Prefeitura da Serra e está na fase de análise de documentos.
Fonte: G1-Espírito Santo