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Sejus produz polvos de crochê para tratamento de bebês

Sejus produz polvos de crochê para auxiliar no tratamento de recém-nascidos em UTIN.

Em 09/10/2024 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Governo/ES

Silvia Louzada, médica coordenadora da UTIN do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, afirma que além de um gesto de amor, os bichinhos impactam de forma positiva no desenvolvimento emocional e na recuperação dos bebês.


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Internas do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC), unidade prisional administrada pela Secretaria da Justiça (Sejus), estão produzindo cerca de 40 polvos de crochê para auxiliar o tratamento de recém-nascidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTIN) do Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves (HEJSN). Os brinquedos serão entregues nesta quinta-feira (10) no hospital, que fica localizado no município da Serra.

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O projeto é desenvolvido com a ajuda da voluntária Rogéria de Aguiar Alvim que explica as funções terapêuticas do brinquedo.

“Os polvos de crochê recebem o formato do útero e os tentáculos funcionam como acalento para os bebês, assim como o cordão umbilical. O valor terapêutico está nesse processo, de transmitir calma ao bebê, como se ele ainda estivesse no ventre da mãe”, explica Rogéria de Aguiar Alvim.

No Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC) dez internas aprenderam a técnica artesanal para produção dos polvos de crochê. Rogéria explica que os bonequinhos são feitos com linhas e enchimentos antialérgicos, que podem ser esterilizados em autoclave.

“Os tentáculos dos polvos terapêuticos não podem passar de 22 centímetros, tamanho ideal para os recém-nascidos. A cabeça tem em média 10 centímetros e até os olhinhos dos polvos são bordados com linha. Tudo para não machucar o bebê. Os materiais podem ser esterilizados”, explica Rogéria de Aguiar Alvim.

Silvia Louzada, médica coordenadora da UTIN do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, afirma que além de um gesto de amor, os bichinhos impactam de forma positiva no desenvolvimento emocional e na recuperação dos bebês.

“Estamos felizes com essa iniciativa. É um gesto que envolve carinho, cuidado e uma profunda empatia pelas famílias que enfrentam momentos delicados aqui na UTIN. Sabemos que a presença de um item aconchegante e familiar pode ter um impacto positivo no desenvolvimento emocional e na recuperação dos bebês. Esses bichinhos representam um gesto de amor e esperança e, inicialmente, serão entregues às famílias, que poderão deixar com os bebês no leito. Acreditamos que ações como essa ajudam a criar um ambiente mais acolhedor e humano, tanto para os pequenos quanto para seus familiares, o que, sem dúvida, faz toda a diferença no cuidado neonatal”, disse Silvia Louzada.

A diretora do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC), Patrícia Castro, ressalta que o projeto faz parte da política de ressocialização da Secretaria da Justiça (Sejus).

“A confecção dos polvos terapêuticos não só demonstra o talento e dedicação das internas, mas também reflete o cuidado e a solidariedade. Essa ação impacta positivamente a vida dos bebês e suas famílias e traz uma sensação de propósito e realização para as mulheres que estão em privação de liberdade”, argumentou.

Fazer o bem

A voluntária Rogéria de Aguiar Alvim passou a trabalhar com projetos sociais há mais de 10 anos, após ter enfrentado o câncer de mama. Atualmente, ela está em tratamento de um câncer de tireoide. Segundo ela, o projeto levado para o Centro Prisional Feminino de Cariacica, tem um propósito especial na vida das internas, bem como dos bebês que também enfrentam desafios pela vida. 

“Tratar o câncer é viver momentos difíceis, de angústia e medo. Mas foi nesse processo que vislumbrei levar alegria para quem enfrenta o mesmo problema ou está com a saúde comprometida. Com o voluntariado já pude realizar muitas entregas, como a confecção de bonecas sem cabelo para doação a crianças em tratamento oncológico, assim como ensinar a técnica do crochê como fonte de renda para pessoas privadas de liberdade. É uma missão que sigo com muito amor e que me dá forças para enfrentar as dificuldades do caminho”, disse Rogéria Alvim.

É com esse ensinamento que as internas do projeto passaram a confeccionar os polvos de crochê com a técnica dos amigurumis. A interna B.R. é participante da iniciativa e diz que contribuir com o tratamento de crianças da UTIN torna o projeto mais especial.

 “Por algum motivo, esses bebês estão na UTIN, sem conseguir ter o aconchego do colo da mãe ou do pai nesse momento. Aprendemos que o polvo de crochê remete principalmente a estar na barriga da mãe de novo, algo que dá calma e conforto para o bebê, e isso traz o sentimento de que estamos participando de um projeto importante. É muito gratificante para nós contribuir com essa iniciativa”, afirmou B.R.

Serviço:

Data da entrega: 10/10 (quinta-feira)
Hora: 11 horas
Local: Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves (HEJSN) - Av. Paulo Pereira Gomes, S/N - Morada de Laranjeiras, Serra – ES. (As informações são da Sejus) 

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