SAÚDE

Vínculo afetivo é essencial para crianças com Síndrome de Down

Segundo a médica, a amizade é um estímulo para o desenvolvimento de portadores de T21.

Em 30/07/2025 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

A médica especialista em Síndrome de Down, Dra. Amanda de Paula, reforça a importância dos vínculos afetivos para o progresso físico, emocional e cognitivo de pessoas com Síndrome de Down.

Amizade é mais que afeto na vida de pessoas com Síndrome de Down: ela atua como estímulo essencial ao desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. Desde a infância, os vínculos afetivos com familiares, amigos e colegas contribuem para o progresso da linguagem, da autonomia e das habilidades sociais. Para especialistas, conviver com outras crianças, brincar e compartilhar experiências são práticas tão importantes quanto o acompanhamento terapêutico e médico.


Estimular a criação de laços de amizade é fundamental no desenvolvimento de pessoas com a Síndrome de Down. Foto: Arquivo pessoal

Segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), no Brasil existem cerca de 300 mil pessoas com Síndrome de Down. Elas compartilham algumas características comuns no desenvolvimento, como atraso na fala, no controle motor e na aquisição de habilidades cognitivas. No entanto, esses desafios podem ser atenuados por estímulos adequados — e entre eles, o contato com outras crianças, com familiares e amigos têm papel central.

Redes de convivência

A médica especialista no cuidado à pessoa com Síndrome de Down, Dra. Amanda de Paula, explica que a criança com T21 seja inserida em redes de convivência desde cedo.

“É importante que a criança com T21 seja inserida em redes de convivência desde cedo. Ter com quem brincar, conversar e compartilhar experiências contribui diretamente para o seu desenvolvimento integral.”

A expressão T21 refere-se à trissomia do cromossomo 21, condição genética causada pela presença de um cromossomo 21 extra nas células de uma pessoa, em vez de dois. Essa cópia adicional resulta na Síndrome de Down. 


Dra. Amanda de Paula é mães da pequena Aurora, de 1 ano, diagnosticada com Síndrome de Down após o parto. Foto: Arquivo pessoal

Dra. Amanda é mãe do André, de cinco anos, e da pequena Aurora, de 1 ano, diagnosticada com a condição após o parto. A chegada da bebê estimulou a sua especialização em Síndrome de Down. A médica defende que a amizade é mais que um fator emocional. Ela atua como ferramenta terapêutica complementar.

“Nenhuma terapia isolada consegue promover os mesmos resultados quando não há uma rede de apoio que inclui afeto, trocas e confiança. A criança aprende no convívio com o outro — e isso vale para qualquer criança, com ou sem deficiência.”

Incentivo à amizade

Além do acompanhamento clínico e de terapias multiprofissionais, a inserção em contextos sociais diversos — como escolas inclusivas, grupos comunitários, clubes e associações — pode impulsionar aspectos como autonomia, autoestima e linguagem.

“É necessário dar chances reais para que essas crianças vivam experiências significativas. Isso significa permitir que errem, tentem, persistam. O diagnóstico não deve ser um limitador de possibilidades.”

Dra. Amanda comenta que conheceu outras mães atípicas durante sua busca por especialistas para tratamentos diversos da filha. O contato constante virou amizade, que também fortalece a jornada dessas mulheres.

“A rotina de uma mãe atípica é exaustiva, com diversas idas ao médico, pesquisa por informações, além dos compromissos em casa e no trabalho. A gente acaba encontrando apoio uma na outra, além de trocar experiências. Vira uma comunidade.”

Pelo menos uma vez por mês, mães e bebês se encontram para piqueniques, passeios e atividades que estimulam o desenvolvimento das crianças. 

A valorização das amizades também contribui para o combate ao preconceito e à segregação. Ao conviver com a diversidade desde cedo, crianças sem deficiência aprendem sobre empatia, respeito e cooperação.

“A inclusão não é benéfica apenas para quem tem Síndrome de Down. Ela transforma a sociedade como um todo”, finaliza Dra. Amanda. (Por Paula de Paula/AsImp)

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