CULTURA

Acadêmicos do Tatuapé é bicampeã do carnaval 2018 de SP

Um dos destaques foi a bateria, que interagiu com os integrantes fazendo apagões.

Em 13/02/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Acadêmicos do Tatuapé é bicampeãdo carnaval 2018 de São Paulo. O título só foi garantido na apuração da última nota do último quesito.

A escola da Zona Leste conquistou o segundo título da sua história com um desfile que contou a história e as belezas do folclore e da cultura do Maranhão.

A capital São Luís mereceu tratamento especial, com destaque para a arquitetura singular, que une o casario colonial adornado de azulejos às habitações populares típicas.

A escola surgiu em 1952, com o nome Unidos da Vila Izabel. Chegou ao terceiro lugar do carnaval em 1969 e 1970, mas em 1986 encerrou as atividades por cinco anos.

Em 1991, a escola iniciou um processo de resgate que incluiu a sucessiva promoção pelos diversos grupos do carnaval até retornar ao Grupo Especial em 2004. Caiu em 2006 e retornou à elite em 2013 para permanecer de vez.

A apuração das notas aconteceu na tarde desta terça-feira (13), no Anhembi, na Zona Norte da cidade.

A escola campeã, a vice, a terceira, quarta e quinta colocadas do Grupo Especial vão participar do Desfile das Campeãs na sexta-feira (16), junto com a campeã e vice do Grupo de Acesso.

As duas últimas colocadas na classificação do Grupo Especial serão rebaixadas.

Homenagem ao Maranhão

A escola da Zona Leste apostou neste ano em um desfile tradicional que aconteceu sem imprevistos e agradou pelo samba-enredo potente.

(Foto: Fábio Tito/G1)

Veja letra de samba-enredo:

O samba-enredo da Acadêmicos do Tatuapé foi composto por Fabiano Tenor, Mike e Luiz Ramos. Veja letra:

"Maranhão, os Tambores vão Ecoar na Terra da Encantaria"

"No Mar! Foi no balanço do mar

Que o sonho aportou na ilha da magia

Lá em palmeira onde canta o sabiá

O sol namora a beleza do lugar

Cenário de poesia

Tantas batalhas nesse torrão

Herança de luta, cultura e amor

ôôôô, o negro tanto clamou

A liberdade aos pés do senhor

Ô luar, ô luar

Deixa a gira girar ... crioula

Hoje tem canjerêm feitiçaria, ô

Jêje - nagô, kaô meu pai xangô

Ê, tem cantoria! Eita povo festeiro!

Teu folclore é traição

Ê, chora viola

Preta velha conta história, lendas desse chão

Ô, quebra o oco iá iá

Matracas vão emablar

Bumba-meu-boi, meu cazumbá

Ouvindo reggae do bom

É carnaval vem curtir esse som

É emoção, o meu pavilhão vai girar

Na terra da encantaria

Os tambores vão ecoar

Viva São José, venha me valer

Ilu Ayê ô ilu ayê

Tatuapé numa linda procissão

Canta tua história... oh! maranhão"

Um dos destaques foi a bateria, que interagiu com os integrantes fazendo "apagões": os instrumentos davam trégua, e a escola podia cantar o samba.

A Acadêmicos do Tatuapé ainda apostou em uma bossa ao ritmo de reggae, muito popular no Maranhão, e em carros alegóricos que mostravam a culinária, a história e a natureza desse estado do Nordeste do Brasil.

O carnavalesco Wagner Santos estreou na Tatuapé desenvolvendo um enredo que conhece bem, já que é maranhense. A escola levou para a avenida 3,2 mil integrantes em fantasias luxuosas, alas coreografadas e alegorias gigantescas.

A Tatuapé entrou no Anhembi "navegando" com uma ala que representava o mar e as caravelas dos portugueses. Na sequência, alas e carros mostraram a culinária, a história e a natureza do Maranhão.

Em 2016, a escola foi campeã com o enredo: "Mãe-África conta a sua história: Do berço sagrado da humanidade ao abençoado menino da terra do ouro"

(Foto: Fábio Tito/G1)