CULTURA
Arquivo Público do Espírito Santo completa 108 anos.
Para comemorar a data, entrou no ar, nesta segunda-feira (18), o novo site da Instituição.
Em 19/07/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
No dia 18 de julho de 1908 o presidente do Espírito Santo, Jerônimo Monteiro, assinou o Decreto nº 135, no qual criava o “Archivo Público Espírito-Santense”. São 108 anos de história contada nos diversos documentos que compõem o acervo, como processos, papéis oficiais, cartas, fotografias, negativos, livros, películas, fitas de áudio e vídeo, dentre outros suportes. Para comemorar a data, entrou no ar, nesta segunda-feira (18), o novo site da Instituição (www.ape.es.gov.br), que promoverá uma melhor e mais dinâmica interação com os pesquisadores.
Para o diretor geral do Arquivo Público, Cilmar Franceschetto, as novas ferramentas irão favorecer a comunicação junto ao público e a difusão da cultura e da memória capixabas. “O nosso objetivo é aumentar as ações de digitalização e a posterior disponibilização on-line, além de facilitar as consultas prévias em nossos catálogos. Com isso, pretendemos expandir os estudos que utilizam nosso acervo como fonte e torná-lo cada vez mais acessível à sociedade”.
Arquivo Público na Web
Em 20 de julho de 1998, quando já havia completado 90 anos, o APEES foi o primeiro arquivo do país a receber a documentação completa do "Projeto Resgate", que trouxe os registros, em microfilmes e CD-ROM, de documentos referentes à Capitania do Espírito Santo, pertencentes ao Arquivo Histórico Ultramarino, em Portugal, abrangendo um período compreendido entre os anos de 1585 até 1822. Na mesma data foi lançada a primeira página do Arquivo Público na Internet.
Em 2006, a primeira edição da Revista do “Instituto Histórico e Geographico do Espírito Santo (IHGES)” - impressa originalmente em 1917 - foi publicada no site do APEES. Nela estão relatados fatos da vida de Domingos Martins e sua participação na Revolução Pernambucana. A revista apresenta também atas de reuniões do Instituto Histórico, incluindo a de fundação do órgão em 1816. Outros materiais também foram disponibilizados: “Memoria Statistica da Provincia do Espírito Santo”, escrito em 1828 por Ignacio Accioli de Vasconcellos; “Projecto de um Novo Arrabalde”, do ano de 1896 por Francisco Saturnino Rodrigues de Brito; “Relato do Cavalheiro Carlo Nagar, Cônsul Real em Vitória”, de 1895, e “Viagem à Província do Espírito Santo - Imigração e Colonização Suíça”, que contém dois relatórios escritos pelo enviado extraordinário da Confederação Suíça ao Brasil, Johann Jakob Von Tschudi.
Em 2007, o APEES promoveu a digitalização do mais importante estudo sobre os primeiros escritores capixabas. Trata-se de uma obra rara intitulada “História da Litteratura Espírito-Santense”, do historiador e primeiro presidente do Espírito Santo, Affonso Cláudio. Publicado em 1912, tem diversas resenhas literárias e seleções de textos produzidos no Estado, a partir do século XVIII. Em 2010, o Arquivo Público disponibilizou na internet, aos interessados em conhecer mais a história do Espírito Santo, 40 mensagens de Governo de 1892 a 1930. São mais de 4.200 páginas que podem ser acessadas no site. As mensagens são discursos em forma de relatório, apresentadas à Assembleia Legislativa pelo chefe do poder executivo.
As ações do APEES também podem ser acompanhadas nos endereços: www.imigrantes.es.gov.br, lançado no ano do centenário da instituição com o banco de dados da imigração no Espírito Santo; no www.proged.es.gov.br, com informações sobre o Programa de Gestão Documental do Governo do Estado (Proged) e no www.memoriasreveladas.gov.br, do Governo Federal, no qual o APEES foi um dos primeiros signatários do projeto que visa a organizar, catalogar, descrever, reproduzir e publicar, via internet, a reprodução digital dos documentos produzidos pela Delegacia de Ordem Social e Política do Espírito Santo (DOPS/ES) durante a ditadura civil-militar (1964-1985).
108 anos de histórias
Em fevereiro de 1909, Henrique Alves de Cerqueira Lima foi nomeado o primeiro diretor. Em 1910, o órgão foi oficialmente aberto ao público. Ao observar a grande quantidade de papéis Jerônimo Monteiro relatou em um processo: “Os compartimentos do Archivo Publico já se mostram deficientíssimos para a guarda dos numerosos documentos a elle remettidos. Cogito de construir prédio apropriado, com espaço sufficiente para melhorar a accomodação desse precioso repositório das nossas tradições.”
Porém, a intenção de viabilizar um espaço próprio só foi concretizada no Governo de Florentino Avidos (1924-1928). A construção de um novo edifício, situado à Rua Pedro Palácios, na Cidade Alta, para abrigar o “Archivo Público” e a Biblioteca Pública Estadual, teve início no ano de 1925. Ele serviu nos 80 anos seguintes como sede da instituição. Em 1924, assumiu a direção Moysés de Medeiros Accioly, que exerceu o cargo até 1938. Ele foi pioneiro na implantação de um sistema de qualificação para o acervo. Em 2011, a instituição mudou-se para um novo local à Rua Sete de Setembro, no Centro de Vitória.
A sede atual do APEES também é repleta de história. O seu projeto seguiu o desenvolvimento urbano e a expansão dos serviços públicos da cidade de Vitória. No início do século XX o presidente do Estado, Jerônimo Monteiro, autorizou a construção do edifício para abrigar parte dos serviços de abastecimento de água e a convertedora de energia elétrica gerada pela Usina do Rio Jucu. Em 1927, a usina foi adquirida pela Companhia Central de Força Elétrica (CCBFE), que em 1968 tornou-se a Espírito Santo Centrais Elétricas (Escelsa). O aumento da demanda por eletricidade obrigou o Governo de Florentino Avidos a substituir a antiga convertedora por uma usina a diesel. Na garagem funcionava a oficina de bondes da CCBFE, que fornecia energia para o sistema de transporte urbano. No local eram feitos os serviços de fundição, mecânica, carpintaria, ferraria e pintura dos bondes, até a desativação em 1965.
Fonte: SECOM-ES