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Bancários da Caixa pedem apoio pelo fim das filas nas agências
Fenae e Contraf pedem uma ampla e eficiente campanha de informação à sociedade.
Em 09/05/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Governo anuncia participação dos Correios no cadastramento do benefício, mas mantém pagamento centralizado. Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) formalizam pedido de ajuda a Consórcio Regional do Nordeste e reivindicam ampla campanha de informação à sociedade
A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) formalizaram pedido de apoio aos nove governadores do Nordeste como uma das medidas defendidas pelas entidades para a solução do problema das filas e aglomerações em agências da Caixa. Além do envolvimento de outras instâncias no processo de pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 à população, a Fenae e a Contraf continuam insistindo com o governo para a realização de uma ampla e eficiente campanha de informação à sociedade, explicando, por exemplo, que muitos serviços podem ser feitos ou agendados por telefone, sem a necessidade de deslocamento até as agências.
Nesta semana, gigantescas filas continuaram se formando na porta de unidades da Caixa, em diversos locais do país. Diante da omissão e da resistência do governo em descentralizar o pagamento do auxílio — concentrando na Caixa Econômica o atendimento a mais de 50 milhões de beneficiários (quantidade que pode chegar a 100 milhões de pessoas, quase metade da população brasileira) — as entidades sindicais enviaram ofício ao governador da Bahia, Rui Costa, presidente do Consórcio do Nordeste. No documento, a Fenae e a Contraf solicitam ajuda governamental para a organização das filas e redução dos riscos de contaminação das pessoas e também dos cerca de 50 mil bancários da Caixa à frente do atendimento à sociedade.
“Os empregados da Caixa estão fazendo um trabalho essencial aos brasileiros, se desdobrando para atender a população como ela merece; reforçando o papel principal do banco, que é ser uma empresa pública com compromisso social”, destaca o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto. “Já a direção da Caixa não tem adotado as medidas necessárias para evitar essas filas e aglomerações gigantescas, inaceitáveis”, acrescenta.
No ofício ao Consórcio do Nordeste, a Fenae e a Contraf pedem o apoio dos governadores para a adoção da distância de segurança entre as pessoas, com organização de filas, demarcação de distanciamento em solo ou adoção de balizadores; uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) pelos bancários; higienização frequente das agências e oferecimento de álcool em gel e/ou água e sabão para empregados e clientes. Confira aqui a íntegra do ofício.
Falta de planejamento
— A Fenae e a Contraf ressaltam que as aglomerações nas unidades da Caixa Econômica se devem à falta de planejamento do governo Bolsonaro. “Ineficaz na operacionalização do pagamento do auxílio emergencial”, afirma Sérgio Takemoto.
Após pressão das entidades sindicais e associativas para o governo adotar medidas realmente eficazes à resolução das filas nas agências da Caixa, o Ministério da Cidadania anunciou, nesta quinta-feira (7), que os Correios deverão ajudar no cadastro do auxílio emergencial. Para o presidente da Fenae, além da participação dos Correios no cadastramento dos beneficiários, outra medida extremamente necessária é que o pagamento do auxílio seja descentralizado, compartilhado com outras instituições bancárias.
“É importante colocar todos (os órgãos aptos) para fazerem o atendimento à população. Envolver as prefeituras, por exemplo”, defende Takemoto. Ao reforçar a necessidade de uma campanha informativa efetiva por parte do governo, o presidente da Fenae observa: “Grande parte da população procura a Caixa para tirar dúvidas, o que contribuiu para as aglomerações e o aumento do risco de contágio pela Covid-19”.
A representante dos bancários no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, também considera importante a parceria com os Correios.
“É uma decisão correta. Existem agências dos Correios em cidades onde não há banco e a empresa pública tem expertise para realizar esse serviço, por conta do banco postal”, enfatiza a conselheira.
Segundo lote
Para o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600, a direção da Caixa informou que adotará um novo cronograma “mais espaçado”. Segundo o banco, os pagamentos serão feitos de acordo com o mês de nascimento dos beneficiários. Dessa forma, os primeiros a receber serão os nascidos em janeiro e fevereiro e os últimos, novembro e dezembro.
De acordo com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a ideia é que este “espaçamento” se ajuste à capacidade de atendimento das agências e à demanda da população. Até o momento, mais de 50 milhões de brasileiros receberam o auxílio por meio da Caixa Econômica. Quase 100 milhões solicitaram o benefício pelo aplicativo Auxílio Emergencial. Destes, 56 milhões pedidos foram aprovados e 26 milhões, negados. O restante continua em análise.
Cadastramento ao auxílio
O cadastramento ao auxílio emergencial pode ser realizado digitalmente pelo aplicativo “Caixa Auxílio Emergencial” e pelo site https://auxilio.caixa.gov.br/
A Caixa informa que o acompanhamento da solicitação está disponível somente por este site e pela Central Telefônica 111. É possível conferir, também, se o cadastro para receber o benefício foi aprovado.
São dois aplicativos sobre o auxílio que podem ser baixados na loja de aplicativos de celulares (Android ou iOS):
— Aplicativo Auxílio Emergencial: para fazer o cadastro;
— Aplicativo Caixa Tem: para acessar informações sobre o Auxílio Emergencial, benefícios e programas sociais; além de informações ao trabalhador, como FGTS, Abono Salarial do PIS e Seguro-Desemprego. Beneficiários que recebem o Auxílio Emergencial pela Poupança Social Digital precisam fazer atualização na loja de aplicativos para ter acesso às novas funcionalidades da plataforma. (Por Andrea Viegas e Jonilda Bonfim - Fenae e Contraf)