CULTURA

Banda de escola do ES tem quase 40 anos de músicas e histórias

Entre músicos, linha de frente e apoio, são cerca de 90 integrantes.

Em 12/07/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Com 37 anos de idade, a banda da escola municipal Talma Sarmento de Miranda, que fica em Cariacica, no Espírito Santo, tem transformado a vida de crianças e adolescentes. O grupo conta com quase 90 integrantes, entre músicos, linha de frente e apoio. O repertório da banda possui cerca de 20 músicas, populares e eruditas.

Decádas depois de seu nascimento, em 1978, o som da banda continua ecoando pelas salas da escola, no bairro Campo Grande. Alunos, ex-alunos e moradores da comunidade se juntam como uma família e se unem através da música.

A banda é tradicional e campeã, já conquistou vários troféus em competições nacionais, nos últimos anos. O maestro Elie Scardua entrou pra banda em 1983, apaixonou-se pela música, seguiu carreira e depois de anos voltou para banda do Talma, e agora dá aulas teóricas e práticas.

"A banda não é só para aprender música, ela te leva para a vida social. Você pega uma disciplina que vai fazer parte tanto da música quanto do seu trabalho", disse o maestro Elie.

Seguindo os passos do maestro, o estudante de música João Paulo de Souza conheceu a na banda da escola e decidiu  transformar os ensinamentos em carreira. Ele é aluno da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), e já está compartilhando o aprendizado com cinco alunos da escola.

"Da mesma forma que eu precisei de ajuda quando eu comecei, várias pessoas também precisam. Então, o que eu puder fazer para disseminar a cultura da música, eu vou continuar fazendo", contou João Paulo. 

Cada membro tem uma história diferente. Stella Gonçalves de Oliveira, de 21 anos, passou mais da metade da vida na banda. Ela estudou durante todo o ensino fundamental na escola, está na faculdade e continua frequentando todos os ensaios.

“Eu cresci com a banda. Passei parte da minha infância, adolescência e agora já chego à fase adulta. Nesse período, vivi com vários grupos e esse foi o que mais se encaixou”, contou Stella.

Há 11 anos na banda, Stella chama a atenção pelo instumento que toca: um clarinete cor-de-rosa. “Eu queria um instrumento que se identificasse comigo, que fosse meigo e delicado. O instrumento é como se fosse uma parte do corpo. Se você não está bem, isso se reflete na música. O coração tem que estar aberto para a música sair”, explicou.

Camili Barbosa, tem apenas 11 anos e aprendeu a tocar saxofone no grupo. Ela estuda em outra escola do município, viu uma apresentação da banda e teve vontade de aprender música. Sua estreia foi no dia do seu aniversário de oito anos, em 2012.

“O mais difícil foi aprender a soprar, o resto foi fácil. A música mudou a minha vida, a minha rotina, o meu jeito de pensar sobre a música”, comentou.

A banda da Talma Sarmento acolhe, além de estudantes de outras escolas, pessoas de outros municípios. É o caso de Júlia Nascimento, de 24 anos, que mora em Anchieta, no Sul do estado, e vai para Cariacica todos os finais de semana para ensaiar.

“Eu gosto dos valores que ela passa para o público. Todos os músicos se envolvem com o projeto, essa banda se tornou a minha família”, contou a saxofonista.

A banda também tem um coreógrafo, para completar a apresentação. Mattheus Ferreira, de 17 anos, dança balé há nove e ensaia o corpo de frente. “Além de abrilhantar a participação da banda, a coreografia trabalha o corpo em conjunto com a mente. Utilizamos também a matemática, a partir das formas geométricas”, explicou Mattheus.

Fonte: G1