SAÚDE

Bebida energética e álcool formam combinação perigosa

Nutricionista alerta para uso equivocado do produto.

Em 13/02/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

As bebidas energéticas são definidas como compostos líquidos prontos para consumo. A lei permite as denominações “bebida energética” ou “energy drink”, porém não permite expressões como: “energético”, “potencializador”, “melhora de desempenho” ou “estimulante". Não é recomendado o consumo com bebida alcoólica, algo muito comum, especialmente em tempos de carnaval. Além disso, crianças, gestantes, idosos e portadores de enfermidades devem consultar o médico antes de ingerir o produto.

As bebidas energéticas foram criadas para incrementar a resistência física, proporcionar reações mais rápidas, aumentar o estado de alerta mental, evitar o sono, proporcionar sensação de bem estar, estimular o metabolismo e ajudar a eliminar substâncias nocivas ao corpo. São muito utilizadas por atletas, motoristas e caminhoneiros.

No entanto, quando o consumo é associado a bebidas alcoólicas se transforma em um coquetel perigoso para a saúde, podendo desencadear uma série de transtornos como convulsões, arritmias e morte súbita. As bebidas energéticas parecem retardar os efeitos depressores e de sonolência do álcool, levando ao consumo de mais bebidas alcoólicas.

As substâncias

Taurina: é um aminoácido que nos seres humanos é tanto biossintetizada quanto ingerida em dieta normal. Pode ser encontrada em frutos do mar, aves e carnes bovinas. Estudos científicos apontam para diversos efeitos fisiológicos do aminoácido como detoxificação de metais pesados e no sistema nervoso central. Dessa forma, como uma melhora na resposta hormonal acaba caracterizando melhor performance em atletas. Estudos demonstram que a suplementação oral desta substância aumenta significativamente a frequência cardíaca após uma sobrecarga física.

Glucoronolactona: é um tipo de carboidrato biossintetizado a partir da glicose, podendo ser encontrado também no vinho tinto, cereais, maçãs e pêras. É essencial para a desintoxicação e metabolismo de ampla variedade de xenobióticos e medicamentos, via conjugação no fígado, que são excretados na urina.

Inositol: é um isômero da glicose encontrado na forma livre, na forma de fosfolipídeo e em formas fosforiladas, conhecido como ácido fítico. É encontrado e amplamente distribuído na dieta humana, tanto em fontes vegetais quanto animais. Encontra-se nas membranas celulares e nas lipoproteínas plasmáticas.

Cafeína: é uma das principais xantinas. No sistema nervoso central, as xantinas aceleram a cognição, aumentam a resistência física, diminuem a fadiga e aumentam o estado de vigília. A bebida também é capaz de acelerar a perda de cálcio e magnésio pelo organismo, resultando em cãibras e a longo prazo a osteoporose. Tem alto poder de provocar dependência.

Energético x isotônico

As bebidas energéticas não possuem a mesma função e eficácia das bebidas isotônicas. Estas bebidas à base de água, sais minerais e carboidratos têm a função de repor líquidos, eletrólitos e carboidratos que costumam ser perdidos, principalmente, através do suor, durante atividades físicas intensas, como corridas competitivas acima de uma hora.

Confira a composição nutricional do energético:

- Inositol: máximo 20 mg/100 ml
- Glucoronolactona: máximo 250 mg/100 ml
- Taurina: máximo 400 mg/100 ml
- Cafeína: máximo 35 mg/100 ml
- Álcool etílico: máximo 0,5 ml/100 ml