SAÚDE
China pede à OMS posição imparcial sobre covid-19 no país
As autoridades asseguram ter revelado informações e dados relevantes sobre a epidemia.
Em 05/01/2023 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Depois de a Organização Mundial da Saúde se ter reunido com as autoridades chinesas, na terça-feira, e criticado a avaliação de Pequim sobre a covid-19, a China apelou à agência da ONU para que adotasse uma postura "imparcial" em relação à pandemia.
“Esperamos que (…) a OMS mantenha uma posição baseada na ciência, objetiva e imparcial e desempenhe um papel ativo na resposta global aos desafios da epidemia”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, esta quinta-feira.
Desde que o Governo de Xi Jinping decidiu pôr fim às medidas restritivas da sua política zero covid, as autoridades de saúde globais têm expressado preocupação quanto ao aumento de casos na China. Desde então, o país enfrentou o pior surto de casos, com hospitais e crematórios sobrecarregados. No entanto, as autoridades relatam muito poucas mortes relacionadas com a covid-19, após uma polémica mudança na metodologia de contabilização dos casos.
“Continuamos a pedir à China dados mais rápidos, regulares e confiáveis sobre internamentos e mortes, assim como do sequenciamento viral mais abrangente e em tempo real”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, esta semana.
Na quarta-feira, a OMS divulgou informações disponibilizadas pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças da China e admitiu que ainda não tinha “dados completos” sobre a evolução da situação no país.
"Acreditamos que os números atuais divulgados pela China sub-representam o verdadeiro impacto da doença em termos de internamentos hospitalares, internamentos em cuidados intensivos e, principalmente, em termos de mortes", estimou Michael Ryan, responsável pela gestão de emergências de saúde da OMS. “Sabemos que há dificuldades em todos os países, muitas vezes, em registrar altas hospitalares, internamentos e doetes em unidades de cuidados intensivos”.
Apesar do aumento de contágios na China, têm sido comunicadas muito poucas mortes por covid-19, após uma mudança controversa de metodologia na contagem de casos: apenas as pessoas que morreram diretamente de uma insuficiência respiratória associada à covid-19 são consideradas para efeitos estatísticos.
"Pensamos que esta definição é demasiado estreita", sustentou Mike Ryan.
A China, que tem 1,4 mil milhões de habitantes, registou apenas 23 mortes por covid-19 desde dezembro, apesar da onda de contaminação sem precedentes há três anos no país.
China partilhou dados
Por seu lado, as autoridades chinesas asseguram ter revelado "informações e dados relevantes" sobre a epidemia e sublinharam a "estreita cooperação" entre a China e a OMS. A partir de agora, apenas as pessoas que morreram diretamente devido a insuficiência respiratória provocada pela infeção de SARS-CoV-2 são contabilizadas nas estatísticas chinesas.
Esta quinta-feira, a China garantiu ter “partilhado de forma responsável” dados e informações sobre os casos de covid-19 registados no país e voltou a pedir à comunidade internacional que evite “politizar a pandemia”.
Mi Feng, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde da China, disse também na terça-feira que, “desde o início da pandemia, há três anos, a China manteve sempre uma atitude aberta e transparente e intercâmbios pragmáticos”, e que “cooperou com a OMS [Organização Mundial da Saúde] e os países e regiões de todo o mundo”.
“A China realizou duas reuniões de intercâmbio técnico com a OMS, onde houve discussões aprofundadas sobre a situação da pandemia, tratamento médico, vacinação e outras questões. A China está disposta a manter a solidariedade e a cooperação com a comunidade internacional, incluindo a OMS, para ajudar o mundo a pôr fim à pandemia o mais rápido possível”, acrescentou, citado pela imprensa local.
De facto, a rápida disseminação do coronavírus na China, após o levantamento das restrições, lançou dúvidas sobre a confiabilidade dos dados oficiais de infeções e mortes, que estão claramente desfasados da realidade no terreno. o que fez com que vários países decidissem nos últimos dias exigir que os viajantes vindos deste país asiático apresentassem um teste negativo para a covid-19 antes de embarcarem.
Pequim descreveu, contudo, como "desproporcionais" as restrições que vários países impuseram aos viajantes oriundos da China.
Os especialistas chineses citados pela imprensa local, esta quinta-feira, qualificaram também como "desperdício de tempo e recursos" as medidas de prevenção que poderão ser impostas pelo Mecanismo Integrado de Resposta Política a Situações de Crise, da União Europeia, devido ao aumento de casos na China.
"Exigir testes para todos os viajantes é desnecessário. Muitos países estão totalmente vacinados para evitar surtos em grande escala. O mais importante e eficaz agora seria analisar as sequências do vírus", disse o académico Chen Xi, da Universidade de Yale, citado pelo Global Times.
Outros especialistas, citados pelo jornal, garantiram que “o mais importante é que os departamentos de controlo de doenças de todo o mundo continuem a monitorizar novas variantes e a manter o público informado”.
Segundo o Global Times, a variante Ómicron que agora se alastra pelo país asiático "já foi encontrada em outros lugares" e "uma nova variante pode surgir em qualquer lugar do planeta, o que significa que as restrições de entrada destinadas à China são completamente desnecessárias". (Por Inês Moreira Santos - RTP)
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