SAÚDE
Como funciona e quem pode seguir o famoso jejum intermitente
Médico comenta estudos que relatam eficácia para perda de peso.
Em 04/05/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Jejum intermitente é um padrão alimentar no qual o indivíduo permanece por períodos prolongados de tempo (por exemplo, de 12h a 48h) com pouca ou nenhuma ingestão energética, alternando com períodos de ingestão alimentar normal, a chamada janela alimentar. O mais comum é não comer durante 16h e fazer todas as refeições diárias nas oito horas restantes.
Estudos mostram que a restrição de 60% (por exemplo em dois dias por semana ou em dias alternados) em indivíduos normais ou com sobrepeso foi eficaz para perda de peso e melhorias em vários indicadores de saúde, incluindo resistência à insulina e reduções nos fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Como o jejum intermitente funciona?
O jejum intermitente deve ser feito e programado sob a supervisão médica e do nutricionista. Existem diversos tipos de programas. Dois exemplos são os de 12h e 18h, que são realizados normalmente de uma a três vezes por semana. O jejum de 12h é muito comum. Nele o indivíduo pode fazer o jantar e realizar a primeira refeição do dia seguinte apenas no almoço.
- Se você faz de três a quatro refeições no máximo, é preciso ter sempre consciência. Não adianta ficar de jejum e depois comer farinhas brancas, sal, açúcar - alertou a nutricionista esportiva Isabella Vorccaro.
Os mecanismos celulares e moleculares pelos quais o jejum intermitente melhora a saúde e neutraliza os processos de doença envolvem a ativação de vias de sinalização de resposta ao estresse celular adaptativo que melhoram a saúde mitocondrial, o reparo do DNA, expressão dos fatores SIRT-1 e CPT-1 e a autofagia celular.
O estudo recente de Longo et al (2016) mostra que três dias de jejum intermitente podem agir na regeneração do sistema imunológico. Cientistas da Universidade da Califórnia do Sul dizem que a descoberta pode ser particularmente benéfica para pessoas que sofrem de distúrbios imunológicos ou em pacientes com câncer em quimioterapia.
O jejum também pode ajudar os idosos cujos sistema imunológico se torna menos eficaz com a idade, tornando mais difícil o combate mesmo de doenças comuns. “O jejum leva ao estímulo das células-tronco a formação de novos leucócitos (células brancas do sangue), essencialmente regenerando todo o sistema imunológico", afirma Valter Longo, professor de Gerontologia e Ciências Biológicas da Universidade da Califórnia.
Qualquer pessoa pode fazer o jejum?
Não há nenhuma evidência de que o jejum seja perigoso ou possa causar dano à saúde, no entanto, quando ele é feito sem acompanhamento médico, alguns efeitos colaterais podem surgir, incluindo desmaios, hipoglicemia, sonolência, fraqueza intensa, além do risco de desencadear transtornos alimentares.
Vale lembrar que é preciso muito cuidado para praticar esportes em jejum. Há especialistas que afirmam que o exercício físico por si só já reduz o açúcar no sangue. Então, é comum que as pessoas passem mal durante a atividade física e também logo depois. Por isso, orientação é a chave para que não haja riscos.
Lembre-se que qualquer intervenção dietética deve ser realizada apenas sob a orientação de um médico e do nutricionista.